sexta-feira, 4 de abril de 2008

Bruno reafirma vontade de jogar contra o ex-clube



«No campo veremos
qual a melhor equipa»



«Podem ficar todos descansados, pois não estamos mortos e vamos lutar pelos três pontos, que são muito importantes para as nossas aspirações». Palavras de Bruno, que procura recuperar a tempo de jogar contra o antigo clube e acredita que é no campo que se verá qual a equipa madeirense mais forte. O médio do Marítimo reafirma a vontade de alinhar domingo.

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Duarte Correia realça ambição do Nacional


«O nosso campeonato
não se cinge ao Marítimo»

O treinador adjunto do Nacional destaca a ambição dos alvi-negros em vencer o derbi, que reconhece «ser especial para os adeptos», realçando, no entanto, que o mais importante é chegar ao final de época no sexto lugar.

Roberto Paulo Pereira

À medida que se aproxima a hora de início da partida, cresce a emoção em redor do derbi que oporá o Marítimo ao Nacional, agendado para o próximo domingo, pelas 16 horas, no Estádio dos Barreiros. Um encontro crucial para os alvi-negros, a quem a vitória é o único resultado que interessa para manter intactas as suas aspirações em chegar à Taça UEFA.

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Rui Marote quer ver salvaguardado apoio à iniciação


«Novo Regulamento
de apoio satisfaz»

O Presidente da Associação de Dirigentes Desportivos da RAM salienta que a Proposta de Regulamentos de Apoio ao Desporto da RAM 2008, «na generalidade, acaba por ser satisfatório», mas quer ver salvaguardado o apoio ao escalão etário mais baixo da competição regional.

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Caniçal defende vice-liderança frente ao Marítimo B


União recebe Valdevez

O União está obrigado a vencer o Atlético de Valdevez para manter a distância para os adversários. Na Série B, o Caniçal defenderá a posição de melhor madeirense no derbi com o Marítimo B.

Roberto Paulo Pereira

Augura-se mais uma ronda emotiva na II Divisão. Desde a luta pelos lugares cimeiros à fuga aos lugares de despromoção, a segunda jornada da segunda fase terá garantida uma acérrima disputa pelos três pontos.

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Santana e Câmara de Lobos iniciam segunda fase


Carregados de ambição

Santana e Câmara de Lobos dão, domingo, o pontapé-de-saída na segunda fase do campeonato. Inseridos na Série de Promoção, ainda que com objectivos distintos, ambos os clubes partem carregados de ambição. É caso para dizer: aos seus lugares, o espectáculo vai (re)começar!

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Futsal: Derrota do líder e triunfo do último relançam emoção


Tudo em aberto

As três derradeiras jornadas do campeonato prometem ser repletas de ansiedade. Há dois na corrida ao título e (ainda) sete pela manutenção.

Cirilo Borges

Os resultados registados na jornada transacta provocaram uma verdadeira revolução em toda a tabela classificativa. O 1.º de Maio surpreendeu uma vez mais o Marítimo, desta feita no seu próprio reduto, e relançou-se na corrida ao título. Os verde-rubros têm ainda “a faca e o queijo na mão”, como já sucedeu no passado, ou seja, 4 pontos de vantagem quando faltam disputar-se 9, mas sentem agora mais pressão. A equipa do Palheiro Ferreiro não depende de si própria, mas já ganhou o mérito de ter sido o único a temperar uma competição que prometia ser insossa. Resta saber se conseguirá agora provar que não joga bem só com o líder. No fundo, um e outro estão sob a obrigatoriedade de vencer, numa altura em que todos os jogos são muito difíceis, pois quase todos os outros adversários lutam pela permanência. O campeão poderá ser encontrado tanto na jornada deste fim-de-semana como apenas na última e só isso vale muito quer para a valorização da competição e quer da modalidade.

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Canicense lidera com apenas 1 ponto de vantagem


Primavera traz Andorinha

A quatro jornadas do final do campeonato, os dois primeiros classificados estão separados por um escasso ponto e os últimos quatro por dois.

Cirilo Borges

Tal como O DESPORTO previu, a metade superior da classificação sofreu grandes alterações, mercê dos resultados verificados no emparelhamento “venenoso” da jornada transacta, que colocou os (então) quatro primeiros a jogar entre si. O grande vencedor foi o Andorinha, que não só impôs a primeira derrota caseira ao União, inibindo-o de eventuais maiores ambições esta época, como beneficiou do desaire do Canicense no Porto Moniz. A equipa de Santo António volta assim a estar a apenas 1 ponto do campeão regional em título, quando faltam disputar-se quatro jornadas — na última, o Canicense visita o Andorinha.

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Madeirenses vencem Torneio Inter-Associações Sub-17



São mesmo boas!

A Selecção da Madeira venceu, pelo segundo ano consecutivo, aquela competição nacional feminina, mostrando a qualidade futebolística das nossas meninas.

Cirilo Borges

Foi chegar, ver e vencer. Mesmo com uma competição regional que deixa muito a desejar — o Regional de Juniores tem apenas quatro equipas —, as jogadoras madeirenses mostraram, em Lisboa, toda a sua qualidade, vencendo pelo segundo ano consecutivo o Torneio Inter-Associações Sub-17, em futebol de sete.
Na primeira fase da competição, a Madeira venceu os dois jogos do seu grupo, primeiro a Setúbal, por concludentes 3-0, e depois a Leiria, por 1-0. Na meia-final, as madeirenses encontraram aquele que seria teoricamente o seu maior adversário, Lisboa — a quem venceram na final do ano passado, na marcação de pontapés da marca de grande penalidade —, mas desta feita superaram o obstáculo por 2-1.

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Dias Mundiais da Actividade Física e da Saúde


Shopping oferece saúde!

Numa parceria inédita entre cerca de uma dezena de entidades, os madeirenses poderão não só avaliar como aprender a melhorar a sua qualidade de vida… e ainda ganhar prémios por isso.

Cirilo Borges

Uma visita ao Madeira Shopping este fim-de-semana poderá ser muito mais proveitosa do que o habitual. Para além das diversas actividades lúdicas, mais ou menos dispendiosas, quem se deslocar àquele centro comercial poderá muito bem acabar a fazer exercício físico, divertir-se e ainda ganhar alguma coisa, pelo menos informação válida para a sua saúde. Tudo porque, numa iniciativa conjunta de diversas entidades, ali terá lugar os Dias Mundiais da Actividade Física e da Saúde.
De hoje até segunda-feira, serão diversas as iniciativas ali promovidas. Hoje, entre as 18 e as 20 horas, serão feitas avaliações e rastreios gratuitos à glicemia, colesterol, tensão arterial, função respiratória, etc., que servirão para os interessados terem conhecimento sobre a sua condição. Amanhã, para além de novas avaliações, que terão lugar entre as 12 e as 13 horas e as 15h30 e as 18h30, haverá, às 11 horas, uma conferência intitulada “10.000: os Passos para a Saúde!”, no espaço fnac, com Maria João Almeida. Meia-hora depois realizar-se-á uma Marcha com pedómetros, na qual serão oferecidos aqueles aparelhos de medição de passos.
Domingo estão previstas mais actividades práticas, com destaque para o concurso dos “5.000 passos”, no qual os participantes, munidos dos respectivos pedómetros, serão convidados a atingir aquele objectivo. E há prémios para os melhores, nomeadamente um cabaz Modelo, no valor de 100 euros, e um cheque de fnac de 15 euros para o primeiro classificado. Há viagens marítimas ao Porto Santo, mais cheques fnac e bilhetes de cinema, entre outras ofertas, para os primeiros oito classificados.

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Rali da Argentina


Sousa marca o ponto

Tal como prometera, Bernardo Sousa subiu ao pódio do Estádio de Córdoba, festejando o facto de ter conseguido terminar de novo uma prova do Mundial de Ralis. Apesar de todos os azares, o jovem madeirense conseguiu pontuar de novo, demonstrando uma maturidade cada vez mais consolidada.

Tudo parecia perdido após os problemas de caixa de velocidades ocorridos no reabastecimento após a 13ª Prova Especial, que valeram à equipa uma penalização de 30 minutos, mas a determinação de Bernardo Sousa — bem patente durante toda a prova — promoveu uma mudança quase radical de toda a situação. A dupla portuguesa acabou por terminar a prova sul-americana num honroso 17.º lugar da geral e no oitavo do PWRC, que lhe garantiu assim mais um ponto para esta competição.

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Cerca de 20 pilotos aceleram no Regional de Motocross


Despedida às Carreiras

Domingo dar-se-á “ignição” oficial da temporada regional do motociclismo, com a realização da primeira prova na Pista das Carreiras, este ano palco do espectáculo pela última vez.

Cirilo Borges

Começa oficialmente domingo a temporada regional do motociclismo. Um ano que se prevê diferente, não só devido ao previsto aumento do número de concorrentes nas diversas vertentes, como pela inclusão de um novo campeonato, denominado Quad-Cross. Para além disso, face ao previsível fim da “velhinha” Pista das Carreiras, palco de dezenas de provas nas últimas décadas, esta época marcará provavelmente o fim de um ciclo e, naturalmente, o início de outro.

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Karting: Azar foi denominador comum entre os madeirenses



Abreu no pódio

Francisco Abreu foi o único do quarteto madeirense que acelerou na primeira etapa do Campeonato de Portugal a terminar no pódio, num fim-de-semana em que todos, sem excepção, tiveram falta de sorte.

Cirilo Borges

Francisco Abreu foi o piloto madeirense em maior destaque na primeira prova do Campeonato de Portugal de Karting — Troféu do Futuro, que teve lugar em Braga, no fim-de-semana transacto. O piloto da Sulkart, foi o terceiro classificado na categoria KF3, assinalando a sua estreia com chassis Maranello da melhor forma. Ainda assim, Abreu poderia ter ido mais longe, pois tirou partido do facto de ter iniciado a corrida na primeira fila da grelha de partida para, à segunda curva, graças a uma excelente ultrapassagem, passar para a frente. O madeirense manteve-se na liderança durante largo tempo, mas o motor do seu kart não aguentou o esforço, confirmando as quebras de rendimento que havia demonstrado nos dias anteriores. Assim, Abreu não conseguiu evitar ser ultrapassado pelos seus dois opositores principais.

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Seminário de Desporto e Direito



Seara e Meirim

falam na UMa


Iniciativa conjunta do Departamento de Educação Física e Desporto da UMa e do IDRAM traz ao Funchal o autarca de Sintra e o especialista em direito desportivo.

Cirilo Borges

O Departamento de Educação Física e Desporto da UMa e o IDRAM levam a efeito, no próximo dia 12 de Abril, um Seminário de Desporto e Direito. A iniciativa, que terá lugar, durante a manhã, no Anfiteatro da Reitoria da Universidade da Madeira, visa abordar e discutir alguns temas actuais do desporto e direito, nomeadamente os efeitos do Regime Jurídico das Federações Desportivas, a política desportiva e o desenvolvimento desportivo regional, o município e o desporto. Por outro lado, na acção procurar-se-á auscultar o interesse dos potenciais formandos para um Curso de Pós-graduação em Desporto e Direito, que já esteve calendarizado no ano passado mas foi adiado por número insuficiente de inscritos.
O Seminário terá início logo pelas 9 horas, com uma intervenção de José Manuel Meirim, Professor da Faculdade de Motricidade Humana, a propósito do “Regime Jurídico das Federações Desportivas”, a que se seguirá uma prelecção de Jaime Lucas, Deputado na Assembleia Legislativa da RAM, intitulado “Ciclo Olímpico 2008/2012 – os desafios e as mudanças face ao quadro legal em vigor”.

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XII Rali Porto Santo Line adiado para 11 e 12 de Abril


Vento no mar…
bólides em terra

O vento forte do quadrante sudoeste empurrou a segunda etapa do Regional de Ralis para o segundo fim-de-semana de Abril. A prova na Ilha Dourada tem algumas novidades.

Cirilo Borges

Lá diz o ditado que “lugar ventoso, lugar sem repouso”, pelo que aqueles que contavam com um fim-de-semana descansado na Ilha Dourada, aproveitando a realização da segunda prova do regional de ralis, ficaram com os planos, se não furados, pelo menos adiados durante uma semana. Na verdade, as previsões para quinta-feira de vento forte do quadrante sudoeste, com força 5 e 56 milhas horárias, levaram a organização, a cargo do Santacruzense, a adiar em uma semana a data de realização da segunda etapa do campeonato. Segundo João Bela, comandante do Lobo Marinho, embarcação que, como habitualmente, transportará as viaturas (e não só), aquelas condições climatéricas são precisamente as que mais dificultam as manobras de atracação no Porto Santo, pelo que decidiu-se privilegiar a segurança.

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Bilhar – I Divisão


Juventude de Gaula vence e sobe na tabela

Ao triunfar pela segunda vez consecutiva, na presente edição do campeonato regional de bilhar, o Juventude de Gaula, ao bater na Quinta Deão a turma quase sensação do São José, por 11-5, subiu duas posições na tabela classificativa e abandonou a zona de despromoção, trocando de lugar com o Carvalheiro, conjunto que ao perder por 5-11, no seu terreno, com o Cruzado Canicense, viu-se relegado para a zona que dá passaporte imediato para a segunda divisão e, embora totalizando o mesmo numero de pontos que a formação dos rodoviários, fica prejudicado no confronto directo com estes, mercê do melhor goal average da turma da Fundoa de Baixo, uma vez que no encontro entre ambos, na primeira volta, se registou uma igualdade.

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Opinião — JM Silva






Mudanças de opinião


Em determinadas circunstâncias torna-se por vezes muito complicado mudar-se de opinião… Atente-se naquilo que recentemente aconteceu com o Dr. Jaime Gama, Presidente da Assembleia da República do nosso País quando a boca lhe fugiu para a verdade ao referir-se ao Dr. Alberto João Jardim e à sua grandiosa obra em prol de todos os madeirenses, não apenas dos bons mas também de quantos lhe atiram pedras. Mas mais complicado é quando a boca foge para a mentira…

Por um destes dias, Vítor Pereira, ex-árbitro de futebol e actual presidente em exercício da Comissão de Arbitragem da Liga, afirmou convictamente que «não há uma única arbitragem isenta em todo o Mundo».
Estamos em crer que se referiria às arbitragens do desporto-rei, que não de outra modalidade desportiva qualquer ou até de arbitragens doutros conflitos que nada tenham a ver com desporto.
Partindo do princípio de que efectivamente se tratava de futebol, Vítor Pereira não nos veio dizer nada que não soubéssemos já.
Desconhecemos a que propósito e em que local produziu tal afirmação, ficando de igual modo sem sabermos qual o tipo de isenção a que se quis referir, tudo porque numa arbitragem dum jogo de futebol existem vários itens a ter em consideração.
Até certo ponto entendemos que como “patrão” dos árbitros está no seu pleno direito de os defender quando for caso disso, mas daí a que tenha de atropelar a arbitragem em si para isentar de qualquer mácula aqueles que no desempenho das suas funções propositada ou involuntariamente cometem erros, sobretudo grosseiros que deturpam a verdade desportiva trazendo benefícios para uns e prejuízo para outros, vai uma distância enorme.
E não nos venha, como por mais de uma vez já o fez, com a velha treta de que «errar é próprio do ser humano».
Porque um assassino, um gatuno ou um violador, entre outros mais “pecadores”, são também eles seres humanos, mas uma vez condenados pelos seus actos pagam com a prisão os erros que cometeram.
Não estamos com isto a sugerir que se mande para a cadeia todo aquele árbitro que erre ao dirigir um encontro de futebol, mas tão somente que pague pelos seus erros na justa proporção das suas consequências.
Com paninhos quentes jamais se conseguirá devolver à arbitragem a credibilidade que ela de há muito perdeu.

É este mesmo Vítor Pereira que surge em pleno Tribunal de Gondomar onde decorre o primeiro julgamento da super badalada operação Apito Dourado não na condição de arguido mas como perito de arbitragem para analisar trabalhos efectuados por árbitros, esses sim acusados de favorecimentos a determinados clubes.
Cremos que apenas num país como o nosso, onde a justiças anda algo desacreditada nas bocas do mundo, com ou sem razões para tal, mas anda, é que seria possível à justiça dos tribunais criminais convocar alguém da “família” dos arguidos para analisar na qualidade de perito os erros de que são acusados.
Assim nada nos espanta a onda de suspeitas e indignação de quantos consideram as peritagens de Vítor Pereira com teor contrario àquilo que terá afirmado na instrução do processo.
Então não terá poupado a crítica e a denúncia de erros e situações suspeitas para agora vir ilibar os ditos arguidos.
Anima-nos contudo a convicção de que o Tribunal de Gondomar tenha convocado outros “peritos de arbitragem” para analisarem os mesmo trabalhos para que num verdadeiro trabalho de equipa os juízes possa dar um veredicto final mais justo.
No futebol de há muito se institucionalizou que «aquilo que ontem era verdade, hoje já é mentira» e vice-versa, mas em determinadas situações as mudanças de opinião poderão acarretar algumas complicações.
Atente-se no que aconteceu bem recentemente quando o Dr. Jaime Gama, Presidente da Assembleia da República do nosso País, quando a boca lhe fugiu para a verdade ao referir-se ao Dr. Alberto João Jardim e à sua grandiosa obra em prol de todos os madeirenses.
Mas cuidado não confundamos aquela parte do nosso corpo sobre que nos apoiamos quando nos sentamos com as calças que vestimos, porque enquanto o Dr. Jaime Gama levou anos e anos a mudar de opinião fazendo-se à medida que a obra do Presidente do Governo Regional ia crescendo, a presumível mudança de opinião de Vítor Pereira foi demasiado brusca, sendo que no primeiro caso a boca fugiu para a verdade e no segundo para a mentira bem ao jeito dos troca-tintas.
Aqui, os cambiantes são bem diferentes e as consequências sê-lo-ão também.
Aguardemos…

Finalmente, a Liga acordou e começou também ela a actuar no âmbito do processo Apito Dourado, com a sua Comissão Disciplinar a decidir transformar os inquéritos que havia instaurado ao FC Porto e aos seu presidente da Direcção, Pinto da Costa, em processos disciplinares. Em causa estão os encontros Beira Mar-FC Porto e FC Porto- E. Amadora da época 2003/04.
Mas a par do sucedido aos portistas e ao seu presidente ficou a saber-se que também o Boavista e o seu presidente na altura, João Loureiro, serão igualmente notificados dos processos disciplinares que lhes serão movidos.
Aqui está em causa o encontro Boavista-E. Amadora referente à 29.ª jornada do Campeonato Nacional da época 2003-04, encontro esse arbitrado por Jacinto Paixão, entretanto já retirado da actividade arbitral mas igualmente notificado.
Refira-se ainda que, na justiça civil, o caso Boavista-E. Amadora leva a tribunal para além de João Loureiro e Jacinto Paixão, o major Valentim Loureiro e os observadores de árbitros José Alves e João Pinto Correia.
Cumpriu-se assim aquilo que por diversas vezes o Presidente da Liga, Hermínio Loureiro, prometeu que não se chegaria ao fim da presente época futebolística sem que a justiça da Liga resolvesse no âmbito desportivo os casos relacionados com o Apito Dourado.
Resta-nos aguardar que mais processos disciplinares venham ainda a surgir num futuro próximo para que se possam impedir prescrições com que muitos naturalmente sonhariam ainda.

Independentemente do que venha a resultar de toda esta situação em matéria de possíveis sanções a quantos tanto prejudicaram o futebol nos últimos anos e sem que nos debrucemos sobre possíveis castigos advindos da regulamentação em vigor na justiça desportiva como na justiça civil, esperamos sinceramente poder dizer um dia que a operação Apito Dourado foi bem vinda.
Diz o povo na sua sabedoria que «não há fumaça sem fogo», mas sincera e honestamente chegamos a duvidar do epílogo desta gigantesca operação levada a cabo pela Policia Judiciária. Parece que nos enganámos…
Aconteça o que acontecer daqui para a frente, havendo ou não condenações, ficou-nos no entanto a certeza de que afinal o tão propalado Sistema existia mesmo onde os «tubarões» detinham a maioria dos seus cordelinhos manejando-os a seu bel-prazer.
Independentemente, repetimos, do que lhes possa vir a acontecer, anima-nos a certeza de que, mesmo que sobrevivam impunes os agora arguidos, no futuro irão pensar duas ou mais vezes antes de voltarem ao passado prejudicando uma vez mais o futebol.
Apenas mais um voto, o de que possamos algures dar o verdadeiro valor a uma corajosa mulher que teve o condão de ter contribuído sobremaneira para que o Apito Dourado não ficasse em águas de bacalhau.
O que aconteceria neste País se outras suas Carolinas tivessem a mesma coragem!!!

Opinião — Manuel Sérgio






Ainda “Os Senhores do Futebol”


Carlos Queirós e José Mourinho conheci-os como alunos do ISEF de Lisboa. São duas personalidades diferentes, mas de ambos ressalta um axioma: treinar uma equipa é, cada vez menos, improvisar.


A cadeira do Poder! A mais ansiosamente desejada por quem nunca se sentou nela; em cujos braços ainda ninguém ainda descansou e muita gente se iludiu; a mais reverenciada, a mais aplaudida, a mais cumprimentada de todas as cadeiras, perante a qual as pessoas se inclinam numa vénia, seja quem for que nela se sente (democrata ou ditador) e mesmo quando se encontra desoladoramente vazia. A cadeira do Poder! A ingrata cadeira curul, grande na medida das ambições humanas e pequena quando um grande homem a ocupa!... Gilberto Parca Madaíl é o presidente da Federação Portuguesa de Futebol. Licenciou-se em Economia, foi governador civil de Aveiro, foi deputado e é, como atrás se refere, o líder da FPF. Pertence ao Comité Executivo da UEFA e «reclama para si o trabalho diplomático que hoje permite ter muitos representantes lusos, na UEFA e na FIFA». O Euro 2004 foi «a maior alegria que teve no futebol», lamenta nunca ter sido campeão e espera que tal aconteça no próximo Euro 2008: «O facto de um pequeno país merecer a honra e responsabilidade de organizar um campeonato da Europa abriu um precedente fantástico para o futebol do Velho Continente. Tivemos agora vários concorrentes à organização do Euro 2012, a Itália que era favorita perdeu para a Polónia e Ucrânia, tal como nós tínhamos ganho à Espanha, no Euro 2004. A UEFA percebeu que existe uma nova ordem no futebol europeu e nós estivemos na linha da frente desse processo autenticamente revolucionário.» Gilberto Madaíl tem a informação exaustiva, a destreza de raciocínio, que lhe permitiram abordar sem esforço as questões que Paulo Catarro lhe levantou. Mas o português com mais prestígio e influência, nos corredores da FIFA e em alguns da UEFA parece ser o advogado João Rodrigues. «Verdade ou não, João Rodrigues trilhou um caminho fulgurante, nos meandros do poder do futebol internacional, onde colheu, como as de João Havelange, antigo presidente da FIFA, Joseph Batter, o suíço que sucedeu ao brasileiro na "FIFA House" em Zurique, Júlio Grondona, o poderoso presidente da Federação Argentina de Futebol e figura de proa da Confederação Sul Americana, ou Angel Villar, presidente da Federação Espanhola, que, para muitos, deve ao advogado lisboeta a sua ascensão aos lugares de topo da hierarquia do futebol europeu em detrimento de um português, Silva Rezende.»
Conheço suficientemente João Rodrigues para escrever, sem receio, que se trata de uma pessoa de grande integridade de carácter e envergadura moral, para além de uma simpatia e tolerância exemplares, que lhe captam rápidas simpatias. Tenho a certeza, e Paulo Catarro revela-o bem, que João Rodrigues, com o seu poder de penetração e a sua facilidade de expressão verbal, muito tem ajudado o futebol português, nas decisões da FIFA e da UEFA. Carlos Freitas, Domingos Soares Oliveira, Jorge Mendes, José Veiga, José Guilherme Aguiar e o empresário Joaquim Oliveira são nomes imprescindíveis à compreensão do espírito empresarial que preside, actualmente, ao futebol profissional. Se o Paulo Catarro os distingue, tal se deve ao facto de, neles, brilhar um louvável espírito de sacrifício e rendibilidade e perspicácia notáveis. Joaquim Oliveira, por exemplo, «transformou-se num empresário de sucesso, com a actividade a expandir-se para os meios de comunicação social, ombreando hoje com grandes empresários do sector, como Francisco Pinto Balsemão, Paulo Fernandes ou Jacques Rodrigues». A sua influência, no futebol português, é indesmentível, dono que é do diário "O Jogo", da "Sport TV", um empresário endinheirado e um profundo conhecedor do futebol português. «É a ele que os homens do futebol recorrem, quando não têm para onde se virar.» virar.» Carlos Queirós e José Mourinho conheci-os como alunos do ISEF de Lisboa. São duas personalidades diferentes, mas de ambos ressalta um axioma: treinar uma equipa é, cada vez menos, improvisar. Ambos são também admiráveis de clareza, de desassombro e de probidade mental. E sabem de futebol. No caso do José Mourinho, julgo poder escrever que concordou com algo do que eu ensinava nas aulas: o desporto deverá estudar-se como uma das especialidades de uma nova ciência humana. Quem não o fizer, será sempre um péssimo treinador.
Vítor Pereira, presidente do Comissão de Arbitragem da Liga de Clubes e antigo árbitro internacional de muitos méritos, «não se coíbe de tecer afirmações polémicas, na defesa dos árbitros ou do que considera ser de forma mais lata os interesses da arbitragem nacional. Ignorou olimpicamente as reticências colocadas pelos dirigentes do FC Porto à sua indigitação, na lista de Hermínio Loureiro. Entrou em choque com os dirigentes do Sporting, a propósito dos atrasos de bola para os guarda-redes e rebateu as críticas que surgiram quando nomeou Pedro Proença, para um jogo entre o FC Porto e o Sporting, após uma arbitragem deficiente na jornada anterior. Perante os problemas decide rapidamente, na esteira do que sempre foi a sua actuação, enquanto juiz no relvado, com serenidade e convicção tais que chega a ser enervante para os seus interlocutores». O sector que lidera é sujeito a pressões de toda a ordem, já que no futebol profissional imperam o economicismo amoral e o clubismo mais doentio. Vítor Pereira pretende colocar a arbitragem portuguesa acima de toda a suspeita. Tem saber e experiência pata tanto. Luiz Felipe Scolari, o brasileiro que é seleccionador nacional de futebol, tem, como se sabe, uma mentalidade forte e original: não a mentalidade dialáctica do jurista; não a mentalidade reflexiva do filósofo; não a mentalidade dogmática do teólogo; nem a mentalidade digressiva e circular do diplomata – mas a mentalidade do líder com os seguintes traços predominantes: inteligência emocional, personalidade ousada, aptidão verbal forte (embora com um vocabulário reduzido), agressividade, compreensão pelos problemas pessoais dos “seus” jogadores e grande experiência no mundo do futebol. Com a selecção nacional, criou, com genialidade, o "Clube Portugal". Paulo Catarro dá, a propósito, a voz ao seleccionador nacional: «O que transmiti aos jogadores é que tinham, a partir daquele momento, um segundo clube. Durante a maior parte do tempo são do FC Porto, Sporting, Benfica, Braga, ou outro, mas na concentração passavam todos a pertencer a outro clube. Não podia ter mesas de quatro jogadores do FC Porto ou do Sporting, mesmo que alguns tivessem tido confrontos duros em jogos entre os seus clubes. Ali, no estágio da selecção, despiam essa camisola e vestiam a camisola de Portugal.» E a verdade é que Luiz Felipe Scolari é o treinador da “equipa de todos nós”, com melhor currículo, na história das nossas selecções.
Paulo Catarro, neste seu livro de rara oportunidade, que nos escancara a realidade do nosso futebol, ocupou-se ainda de Valentim Loureiro, Filipe Soares Franco, Luís Filipe Vieira e Jorge Nuno Pinto da Costa. E, com incomparável nitidez, precisou, definiu, esclareceu, demonstrou. Um grande livro que poderá transformar-se num “vade mecum” de todos os estudiosos do futebol português. Parabéns a Paulo Catarro! Foi brilhante, com este livro!

opinião — Gustavo Pires




Anomalias


Seria bom termos a sorte ou o engenho que nos permitisse de uma assentada, tal como o fez Emmanuel Todd relativamente à desagregação da União Soviética, identificar a anomalia significativa que, no mundo do futebol, a mudar, só por si, mudaria o curso dos acontecimentos.

Gustavo Pires *


Em 1976, Emmanuel Todd, um cientista social francês, no livro “La Chute Finale: Essai sur la Décomposition de la Sphere Soviétique”, foi capaz de prever que, no prazo de dez a vinte anos, aconteceria o desmoronamento da União Soviética! Depois, quando a sua previsão se tornou realidade em 1989 e lhe perguntaram em que é que ele se tinha baseado para acertar em cheio, Todd limitou-se a responder que reparara que a União Soviética era um dos poucos países em que as estatísticas da mortalidade infantil continuavam a aumentar. Era uma grave anomalia de funcionamento da sociedade soviética e, como refere Gilbert Heebner, uma das sete leis para prever o futuro diz-nos precisamente que as anomalias são sempre significativas.

Quando hoje olhamos para a vida dos grandes clubes, podem ser identificados um conjunto de anomalias que nos levam a prever que o seu futuro não será muito brilhante, a menos que mudem significativamente a rota dos acontecimentos. São elas:

1. Liderança — Não é um bom sinal para o futuro o estilo de liderança dos presidentes dos clubes. Entre o estilo carismático, o estilo “quero posso e mando” e o estilo diletantemente irresponsável, é necessário encontrar um estilo que garanta aos clubes uma vida independente da personalidade dos seus presidentes.

2. Para além da máquina — Todo e qualquer clube tem de criar ordem de modo a poder viver com alguma tranquilidade. E hoje, tudo aquilo que os grandes clubes menos têm é uma vida tranquila. Para assegurarem a sua tranquilidade, os clubes têm de se estruturar com coerência e eficácia. Para o efeito, devem ultrapassar a lógica da dimensão máquina que está no espírito de cada dirigente, a fim de serem capazes de integrar o trabalho dos vários departamentos e serviços, de maneira a que cada um deles seja detentor do plano global do organismo. Esta perspectiva obriga à existência de uma estrutura bem equilibrada entre os seus aspectos orgânicos e burocráticos.

3. Credibilidade — Os clubes, mais do que qualquer outra organização, são o seu próprio produto, quer dizer que, em grande medida, vivem da sua imagem para além da equipa de futebol, do treinador ou dos apaniguados. Em conformidade, a sua melhor aposta, independentemente da equipa ganhar ou perder, é uma estratégia de produção de si mesmos, quer dizer, de valorização da sua própria identidade. A imagem dos clubes tem de estar acima de qualquer suspeita e hoje o sinal que muitos deles transmitem tem a ver com tudo menos com credibilidade.

4. Intenção estratégica — Como tivemos a oportunidade de ver nos últimos anos com Carlos Queiroz, Carlos Carvalhal, Jesus Jorge e alguns outros, se o produto futebol evolui lentamente, a maneira de o produzir transformou-se a uma velocidade vertiginosa. O aspecto mais notável desta constatação é que, nos últimos anos, o conhecimento tornou possível a idealização de estratégias de ataque do fraco ao forte que hoje já estão a pôr em causa os tradicionais resultados da 1ª Liga. Entretanto, os grandes clubes estão com enormes dificuldades em se adaptarem a esta nova realidade.

5. Soma nula — O produto futebol necessita ser inovado numa nova estrutura de competição a funcionar para além do tudo ou nada dos quadros competitivos do Modelo Europeu de Desporto. O jogo de soma nula em que o futebol sobrevive está a pôr em causa o seu próprio futuro. Os clubes necessitam de uma nova estrutura competitiva que salvaguarde a sua vida futura no quadro das exigências da dinâmica das competições europeias. Quer dizer, necessitam de uma nova forma de produzir futebol que ultrapasse as anomalias que caracterizam a actual estrutura competitiva.

6. Criatividade — A criação de um futuro novo em que os clubes estejam envolvidos requer criatividade. O problema é que a criatividade em princípio é geradora de desordem. Saber gerir a desordem é necessário para promover criatividade. A criatividade tem de passar a fazer parte da cultura dos clubes. Sem que eles caiam na anarquia. E clubes há que caíram na anarquia.

7. Acaso — Só um clube ágil, com iniciativa, está preparado para gerir o acaso. Contudo, quanto mais os clubes se organizam, mais incapazes se tornam em gerir o acaso. O abandono a que os treinadores são votados, sobretudo nos momentos de derrota, é um dos sinais mais significativos da incapacidade de gerir do acaso. No futuro, isso ser-lhes-á fatal. É necessário incorporar a incerteza do futuro na vida e na cultura do clube.

8. Inovação — Os clubes necessitam de inovar. A inovação pressupõe clubes aprendentes. Que sejam geradores de novos conhecimentos que se ajustem em tempo real à sociedade aonde estão inseridos. E hoje, na sociedade global, surgem novas oportunidade para desencadear processos de inovação. Um clube incapaz de inovar não tem futuro. Porque não tem criatividade, nem é capaz de gerir o acaso.

9. Antecipação — Perante o cenário de turbulência do mundo do futebol é necessário que os clubes deixem de funcionar numa lógica de previsão, para passarem a funcionar numa lógica de antecipação. É inglório continuar a correr atrás dos acontecimentos. Ou os clubes passam a funcionar numa perspectiva de antecipação aos acontecimentos ou as suas dificuldades vão aumentar significativamente. Não podem é continuar a correr atrás dos acontecimentos.

10. Formação — Toda a lógica de formação que alimenta o processo de desenvolvimento a montante tem de ser revista e enquadrada num modelo organizacional profundamente pedagógico, sob pena do futebol e os próprios clubes se transformarem em entidades socialmente desacreditadas. Como refere Agostinho Oliveira, o «número de estrangeiros nos juniores é preocupante». Hoje, em Inglaterra, os professores já questionam se a figuras como David Bekham não são prejudiciais para as crianças?

Seria bom termos a sorte ou o engenho que nos permitisse de uma assentada, tal como o fez Emmanuel Todd relativamente à desagregação da União Soviética, identificar a anomalia significativa que, no mundo do futebol, a mudar, só por si, mudaria o curso dos acontecimentos. Na impossibilidade de o fazermos, como refere Bruno Jarrosson, só nos resta apostar no desenvolvimento de uma cultura de reflexão sobre aquilo que as nossas representações da realidade nos podem trazer de mais útil, através da construção de “grelhas de interrogação do real”, nas quais esperamos encontrar algumas respostas para a organização do futuro. É o que se espera que os clubes de futebol sejam capazes de fazer.

* com António Cunha (FD/UP)