sexta-feira, 7 de março de 2008

Lazaroni elogia Vitória, mas confia na qualidade dos seus jogadores



«Uma equipa adulta e segura»

Gonçalo Vasconcelos

Sebastião Lazaroni encara o desafio com confiança, consciente da qualidade dos sadinos, mas também daquilo que podem fazer os seus jogadores. Importante, no entender do técnico, é ‘pegar’ bem no jogo do primeiro ao último minuto.

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Marítimo e Nacional com cartada importante


De "mãos dadas"
…pela UEFA


Marítimo e Nacional entram na 22.ª jornada com a necessidade de vencerem os seus opositores para não se distanciarem dos lugares de acesso à Taça UEFA. Os velhos rivais partem de "mãos dadas” para agarrar um lugar na montra europeia.

Roberto Paulo Pereira

A necessidade, ou melhor, o desejo de chegar à Taça UEFA, obriga a que Marítimo e Nacional partam para a 22.ª jornada da Liga com a necessidade de vencer para, imagine-se, ajudarem-se mutuamente no objectivo de chegar mais próximo dos lugares de acesso à Taça UEFA, uma vez que verde-rubros e alvi-negros defrontam concorrentes directos na luta pelo acesso à prestigiada prova europeia.

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Ivo Vieira e a recepção ao Sporting de Braga




Vencer para manter
ciclo de bons resultados


O treinador adjunto do Nacional desvaloriza a importância do jogo com o Sporting de Braga, concorrente directo dos alvi-negros na luta pela Taça UEFA, assumindo, contudo, o desejo de vencer para «dar continuidade aos bons resultados».

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II Divisão: Joel Santos salienta motivação da Camacha



«Unidos pela manutenção»

O médio da Camacha reconhece que a equipa está a realizar um campeonato «um pouco aquém das expectativas», mas salienta que «nada está perdido» e realça o empenho do grupo em vencer para terminar entre os seis primeiros.

«Arbitragens
vergonhosas»

Nos últimos jogos, tem subido de tom as críticas dos responsáveis camachenses ao sector da arbitragem. Joel Santos explica o porquê da revolta. «Não gosto de comentar as arbitragens, mas face às actuações vergonhosas que têm acontecido nos nossos jogos, não podemos deixar de registar a nossa revolta…»

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III Divisão: Câmara de Lobos procura segurar quarto lugar




Via verde para o Santana

Com o campeonato a caminhar para o seu epílogo, Santana e Câmara de Lobos continuam bem encaminhados para garantir os seus objectivos. Deste duo, os santanenses estão mais próximos de garantir um lugar entre os seis primeiros.

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Pódio está na mesma e Santacruzense volta a atrasar-se



Ninguém sai de cima

Os triunfos dos três primeiros deixaram tudo na mesma na corrida ao título, mas a luta pela manutenção animou bastante.

Cirilo Borges

Não houve surpresas de maior na jornada do passado fim-de-semana. Tanto assim que as dez equipas mantiveram-se exactamente nas mesmas posições, verificando-se apenas uma distanciação dos três primeiros relativamente ao quarto classificado e uma aproximação do último a todos os restantes figurantes na metade inferior da tabela. Não que isso seja sinónimo de falta de emoção no campeonato, bem pelo contrário, estes resultados acrescentaram-lhe um pouco de “piripiri”, na medida em que aqueceu a luta, quer pelo título quer pela manutenção.

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Antero Santana analisa desempenho do Estrela da Calheta



«Fomos prejudicados»

O presidente do Estrela da Calheta traça um «balanço positivo» ao desempenho da sua equipa na primeira volta do Regional da II Divisão. Pelo meio, acusa o sector de arbitragem de «prejudicar» o clube.

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Futsal: Marítimo leva já 9 pontos de vantagem


Andar de baixo mais animado

À medida que aumenta a vantagem do líder na luta pelo título, reduz-se a diferença pontual entre os candidatos à manutenção.

Cirilo Borges

O Marítimo venceu tranquilamente o Francisco Franco e voltou a aumentar a vantagem relativamente ao segundo classificado, novamente o 1.º de Maio, que alcançou um triunfo difícil sobre o Prazeres e beneficiou da surpreendente goleada sofrida pelo Câmara de Lobos aos pés dos Amigos. A vitória do então último classificado foi o resultado mais inesperado da jornada e contribuiu para uma pequena revolução no fundo da tabela, também porque o São Roque do Faial voltou a ganhar. A luta pela manutenção está no auge e parece contar com menos uma equipa, o Pontassolense, que goleou o Curral das Freiras e colocou-se numa posição de mero espectador, até porque soma menos um jogo disputado.

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Futsal: "Organização Estrutural e Funcional do Jogo em análise


Formação só mesmo na escola

O Clube Escola da Levada vai promover uma acção de formação com a equipa técnica da Selecção Nacional, Orlando Duarte e Jorge Braz. É uma “pedrada no charco” ao nível da formação no futsal madeirense.

Cirilo Borges

O Clube Escola da Levada, em colaboração com a Escola Básica e Secundária Dr. Ângelo Augusto da Silva, vai promover, nos próximos dias 24, 25 e 26 de Abril, uma acção de formação denominada "Organização Estrutural e Funcional do Jogo de Futsal”. Trata-se da segunda iniciativa desta colectividade no âmbito do futsal, depois de, no ano passado, ter efectuado outra iniciativa com a presença de Jorge Braz, adjunto da Selecção Nacional e treinador da Fundação Jorge Antunes, da I Divisão Nacional.

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Marítimo conquista título de Infantis




«Filosofia vencedora»

O Marítimo venceu, na final, o Andorinha, por 3-0, e sagrou-se campeão Regional de Infantis, na vertente de futebol de sete. Para o treinador dos verde-rubros, Nuno Silva, o triunfo encaixa-se na «filosofia do clube, que passa por formar jogadores ganhando».

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Juvenis do Marítimo a um ponto do título



Emoção até ao limite
…nos juniores

Depois da surpreendente derrota frente à Camacha, o União entra na última jornada com a obrigação de vencer o Pontassolense para conquistar o título de juniores. Nos juvenis, um empate frente ao Nacional será suficiente para o Marítimo renovar o título.

Roberto Paulo Pereira

A última jornada da I Divisão de juniores promete ser imprópria para cardíacos! Com os dois primeiros classificados separados por apenas dois pontos, só este sábado se ficará a conhecer o nome do novo campeão regional. União ou Câmara de Lobos, um deles festejará a conquista do título.

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José Miguel Mendes e o estado do basquetebol nacional




Guerra impossibilita diálogo

O Presidente da Administração do CAB confirma a existência de um clima austero, para dizer o mínimo, nas relações entre a LCB e a FPB. Por isso, espera pela intervenção de Laurentino Dias, Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, para que o basquetebol nacional entre no bom caminho.

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Juan Gonçalves e a “nova” ATMM



Uma equipa “à altura”

A Associação de Ténis de Mesa da Madeira completa, na próxima segunda-feira, 20 anos. A viver ainda os efeitos de uma mudança directiva e a braços com um novo contexto da política desportiva regional, fomos saber que desafios encara aquela que é, desde há largos anos, uma das maiores associações da Região.

Cirilo Borges

— Qual foi o trajecto da ATMM neste 20 anos?
— Poderei dizer que foi um longo trajecto, embora 20 anos em termos de desenvolvimento desportivo sejam curtos. Foram 20 anos de trabalho árduo, que envolveu muita gente, em que a Associação, em conjunto com os clubes, fizeram com que o ténis de mesa tivesse uma projecção regional, nacional e internacional que provavelmente muitos daqueles que estavam e estão envolvidos na modalidade não sonhavam poder alcançar. Sabemos que o tempo é um factor decisivo e preponderante para o desenvolvimento mas, se compararmos o percurso do ténis de mesa madeirense com o de outras potências a nível mundial, nestes 20 anos, sem “queimar etapas”, mas adaptando e aproveitando recursos, quer financeiros quer humanos, alcançámos objectivos invejáveis.

Entrevista de três páginas na nossa edição impressa.

José Ornelas e os 17 anos do Jardim da Serra




Prata da casa é aliciante

Satisfeito com o trabalho que o clube vem desenvolvendo na formação, especialmente no atletismo, o Presidente teme perder a “prata da casa” para a concorrência mais endinheirada.

Cirilo Borges

A Associação Cultural e Desportiva do Jardim da Serra festejou ontem, com um convívio que reuniu entidades oficiais, dirigentes, sócios, atletas e patrocinadores, 17 anos de vida. Oriunda daquela que é a freguesia mais jovem da Região, criada a 4 de Julho de 1996, esta colectividade vem crescendo paulatinamente no contexto desportivo madeirense. Actualmente movimenta cerca de cento e cinquenta praticantes federados, distribuídos pelo atletismo (120), futebol (20) e futsal (12). É naquela modalidade olímpica mais antiga que o clube vem granjeando maior notoriedade, ostentando na sua vitrina de honra vários títulos regionais e nacionais. Diálogo com José Ornelas, Presidente da Direcção desde 1999.
— Como vai de saúde um clube jovem como o Jardim da Serra?
— Vamos vivendo com dificuldades, à semelhança do que sucede com a maioria dos clubes. O nosso problema é sobretudo financeiro, pois torna-se difícil manter a equipa de atletismo feminina a competir nos nacionais. Essa nossa formação, que ficou no terceiro lugar no Campeonato Nacional de Clubes da II Divisão [na prática, o décimo-primeiro do país], é totalmente formada por jovens de Câmara de Lobos, que agora são muito cobiçadas por outros clubes. O regulamento do IDRAM não nos permite receber mais verbas com destino à competição nacional e torna-se difícil fazer frente ao aliciamento financeiro a que as nossas atletas estão sujeitas, para mais quando realmente necessitam de dinheiro. Na época passada demos um prémio à equipa que, mesmo sendo pouco, para nós significou muito. Temos um bom relacionamento com todas elas, mas é natural que torne-se difícil mantê-las connosco.

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Bilhar – I Divisão



Novidades? Perguntem ao Canicense!

Ao bater o campeão 1.º de Maio, por 9-7, na pretérita terça-feira, o Cruzado Canicense completou um ciclo de três jogos considerados de alto risco e de elevado índice de competitivo, cem por cento vitorioso, eliminando praticamente toda a oposição que lhe vinham manifestando os mais credenciados ao ceptro, nomeadamente Camacha, Cantinho dos Amigos, Caramanchão e, claro está, o 1.º de Maio.
Curiosamente todos foram despachados por igual resultado, excepção feita ao Caramanchão que apanhou 11-5, em jogos discutidos ao pormenor, revelando-se os cebolinhas um conjunto moralizado, personalizado, seguro e confiante nesta fase da competição, altura em que era suposto a equipa sentir sérias dificuldades perante o nível dos adversários que lhes coube em sorteio.
Ultrapassada com relativa facilidade esta fase atribulada da viagem dos futuros campeões, seguem-se três jornadas de calmaria, cabendo aos cebolinhas defrontar Sporting, São José e Carvalheiro, equipas menos cotadas que as primeiras, possibilitando ao guia da classificação um aliviar de tensão.

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Automobilismo: Rali da Camacha


Falta uma semana

Dentro duma semana tem início o Campeonato da Madeira Coral de Ralis. A prova de abertura será uma vez mais o Rali da Camacha.

Faltam exactamente sete dias para ir para a estrada mais um campeonato madeirense de ralis. À semelhança do que já acontece há muitos anos, caberá ao Rali da Camacha, organização da associação desportiva local, abrir as hostilidades num percurso que este ano apresenta algumas alterações em relação às anteriores edições mas mantém quase intactas as características que o promoveram no passado com uma das melhores e reconhecidas provas do calendário do arquipélago.

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Funchal 500 Tall Ships Regatta 2008


Já não há lugares!

A sete meses do sinal de largada, a prova que trará alguns dos maiores barcos do Mundo não só já tem o alinhamento definido, como tem uma lista de espera com outras sete embarcações. E os cem lugares disponíveis para candidatos a velejador também estão quase preenchidos.

Cirilo Borges

A Funchal 500 Anos actualizou ontem a informação sobre a Tall Ships Regatta. E as notícias não podiam ser melhores para a organização, já que todas as expectativas foram superadas, isto a sete meses do sinal de largada. «Quando começámos, pensámos que se tivéssemos 5/6 embarcações seria excelente e neste momento temos 11! E não podemos ter mais porque o porto não o permite», revelou Bernard Heppener, o director da regata. Não admira, por isso, que o holandês esteja muito optimista. «Estivemos em contacto permanente nos últimos meses e já deu para notar a boa organização existente.»

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Opinião — Gustavo Pires






Os Nossos Queridos Dirigentes Desportivos


O maior problema do desporto nacional é que os nossos queridos dirigentes da cúpula do desporto, no mundo maravilhoso em que vivem, aparentam uma ingenuidade atroz.

Com a economia a anunciar enormes dificuldades para o futuro próximo, os nossos queridos dirigentes desportivos, do vértice estratégico do desporto nacional, não perdem nenhuma oportunidade para anunciarem grandes projectos, como se estivessem no país das maravilhas e a Alice fosse a Secretária de Estado do Desporto. Se num dia anunciam a candidatura à realização dos Jogos Olímpicos, no outro, a organização de Europeus ou Mundiais! E à custa de quem? À custa do Zé, porque os nossos queridos dirigentes desportivos, quando é o Zé a pagar, nem olham a despesas. Depois, num país a caminhar para o precipício, temos a mais miserável organização desportiva dos países da Europa, cujos resultados, do ensino ao alto rendimento, como não podia deixar de ser, são a condizer.

Recentemente, Gilberto Madaíl, o insigne presidente da Federação Portuguesa de Futebol, anunciou a possível candidatura à realização do Mundial 2018 a meias com a Espanha. Os argumentos, como de costume, foram os da facilidade. Os espanhóis estão mesmo aqui ao lado e os estádios já estão construídos. Contudo, o que o Sr. Madaíl devia ter explicado aos portugueses era quanto é que o País pode ganhar com a realização de tal evento. E ganhar em contado, porque isso de ganharmos a promoção da imagem de Portugal lá fora, é coisa que andamos a fazer desde o século XV e os resultados estão à vista: caminhamos a passos largos para o fundo da tabela da Europa dos 27.

Entretanto, a nossa sorte foi que o Secretário de Estado do Desporto não se chama Alice mas Laurentino. Assim, o balão de ensaio do insigne presidente, por agora, parece que saiu furado.

O maior problema do desporto nacional é que os nossos queridos dirigentes da cúpula do desporto, no mundo maravilhoso em que vivem, aparentam uma ingenuidade atroz. Depois de anunciarem com pompa e circunstância, mas sem quaisquer estudos de viabilidade económica, a candidatura à realização do Mundial 2018, ficaram muito espantados por alguém, como o Presidente da República, manifestar dúvidas quanto à utilidade de tal empreendimento. Portugal tem “outras prioridades”, disse Cavaco Silva. E os nossos queridos dirigentes que já tinham ficado muito ofendidos quando Cavaco Silva manifestou uma posição negativa relativamente ao Euro 2004 que acabou por ser um desastre económico e financeiro, agora continuam a não entender a posição do Presidente da República, relativamente a um projecto apresentado mais pelo instinto do hedonismo da vida fácil que levam, do que pela racionalidade dos estudos económicos, financeiros e desportivos da vida que deviam levar.

Em matéria de políticas públicas, o País só devia avançar para a realização de grandes eventos desportivos, depois de devidamente garantidos, através de estudos independentes, os consequentes benefícios económicos directos para o País. Estudos independentes, porque o que geralmente acontece é a apresentação de cenários cor-de-rosa à partida que, depois, à chegada, se transformam em realidades profundamente negras.

O Euro de Futebol 2004 realizado em Portugal e os Jogos Olímpicos de Atenas 2004 são hoje paradigmas acabados da estupidez e da incompetência humana, em matéria de decisão política. Relativamente ao Euro 2004, temos dez estádios de futebol às moscas, alguns deles a degradarem-se a olhos vistos, câmaras municipais completamente falidas e clubes de futebol endividados de tal maneira que já não são senhores do seu futuro. Para além de tudo isto, temos um futebol completamente desorganizado, debaixo das maiores suspeitas, sem qualquer viabilidade no que diz respeito ao futuro próximo.

A situação decorrente dos Jogos Olímpicos de Atenas também não é nada dignificante. As infra-estruturas desportivas construídas para os Jogos são hoje uma enorme dor de cabeça para o governo grego. Após a realização dos Jogos, onde foram gastos só em instalações desportivas 12 biliões de dólares, o governo grego começou a pagar em média 100 milhões de euros anuais só de custos de manutenção. Os estádios e as demais instalações encontram-se numa situação desesperada.

A realização de grandes eventos desportivos deve ser anunciada com respeito pelo dinheiro dos contribuintes e pela inteligência dos cidadãos. As coisas nunca são fáceis. Mesmo em relação a Sydney 2000, considerados uns jogos em muitos aspectos exemplares, não deixam por isso de ser uma bela sem senão. Na realidade, hoje, muitas instalações desportivas estão sub-utilizadas, pela simples razão de que a Austrália tem uma população relativamente reduzida.

No que diz respeito aos Jogos de Beijing 2008, o cenário afigura-se dramático, ao ponte de já estar a deixar numa situação desconfortável os próprios dirigentes do Comité Olímpico Internacional que não são capazes de explicar tanta despesa e ostentação. A situação atinge as raias do absurdo. O estádio nacional que dá pelo nome de “Ninho de Pássaro” tem 100 mil lugares e um custo de 420 milhões de dólares. Mas não é tudo. Num total de 37 instalações construídas para os Jogos, foram gastos mais de 2 biliões de dólares. Dos 31 estádios construídos, 12 são completamente novos, 11 foram reconstruídos e 8 são temporários, quer dizer que, serão desactivados após os Jogos.

Para as instalações desportivas que não serão desactivadas, a questão que já se começa a colocar é a de saber como é que, depois dos Jogos, vão ser aproveitadas. As perspectivas não são animadoras na medida em que, relativamente a anteriores organizações de eventos desportivos, tais como os XXI Jogos Universitários Mundiais (2001) ou os Jogos Asiáticos (1990) ambas realizadas em Beijing, de acordo com o “Beijing Development Institute” da Universidade de Beijing, a sua gestão é desde então deficitária.

Mas este tipo de preocupações não fazem esmorecer o ânimo dos nossos queridos dirigentes desportivos: «Apenas disse que seria uma ideia simpática mas esta reacção (do Presidente da República) não é nada que me preocupe ou que já não estivesse nos meus planos», disse Gilberto Madaíl. Claro que não o preocupa, o dinheiro não é dele. Quanto aos planos, só esperamos que saiam furados. Para bem do País.

Opinião — JM Silva





…As barbas do vizinho


"Quando vires as barbas do vizinho arder, coloca as tuas de molho". Aquilo que aconteceu agora ao Belenenses poderá vir a acontecer a qualquer outro, num amanhã qualquer…

Pagaram caro a sua distracção os responsáveis azuis do clube do Restelo, ao fazerem alinhar o ponta-de-lança Meyong em recente encontro para a Bwin Liga, frente à Naval 1.º de Maio da Figueira da Foz, onde aconteceu uma vitória de 2-1 dos comandados por Jorge Jesus.
Os navalistas protestaram em devido tempo e agora a Comissão Disciplinar da Liga puniu o Belenenses com a perda de seis pontos e ainda o jogador com um jogo de suspensão e 625 euros de multa.
Como consequências directas destas punições temos que a Naval que luta pela fuga à despromoção tomou agora novo fôlego com os três pontos conquistados na Secretaria, enquanto o Belenenses que já estava com um pé na Taça UEFA da próxima temporada vê agora esse objectivo mais distante com a perda de pontos sofrida. Tudo porque a regulamentação internacional permite a inscrição de um jogador num máximo de três clubes em cada época, leia-se a mesma época, mas simultaneamente proíbe a sua utilização em jogos oficiais em mais do que duas equipas.
Acontece que Meyong antes de ter defrontado a Naval, já havia anteriormente alinhado pelas formações espanholas do Levante e do Albacete, muito embora por este último tenha alinhado apenas doze minutos.
Enfim, distracções que saem caras.

Regulamentos são regulamentos e quando são elaborados são-o para ser cumpridos. Será como que uma das muitas verdades de Monsieur de la Palisse, contudo existe uma questão que por acharmos pertinente aqui vamos deixar: Se um clube tem que pagar seis mil euros para inscrever um jogador numa Federação, não deveriam ser os seus serviços e consequentemente os da respectiva Liga a aferir e controlar todos os requisitos necessários ao exercício da profissão de futebolista, antes de licenciar este ou aquele jogador para poder alinhar pelo clube proponente?
— Como podem a Liga e a FPF ser desresponsabilizadas em todo este processo?
— Os clubes pagam-lhes e os seus dirigentes têm ainda que desempenhar os serviços que não lhes deveriam competir?
Felizmente a Comissão Disciplinar da Liga entendeu e bem que neste processo os responsáveis azuis do Restelo «não foram diligentes, cuidadosos e zelosos, mas também não actuaram com intenção de dolo. Por isso só foram punidos por negligência pelo cuidado que deveriam ter tido e não tiveram».
O que não impede que venham a recorrer do castigo agora aplicado ao seu clube.

Enquanto isto, certa Comunicação Social e Desportiva do Continente alerta a opinião pública para o facto da Liga a exemplo do que fez no imediato com Meyong e o Belenenses, não abriu ainda um processo disciplinar ao jogador Leandro Lima e ao FC Porto a propósito da inscrição irregular deste atleta pelos dragões e não «um suposto inquérito meio secreto» para averiguação algo que o próprio jogador infractor já tudo confessou e questiona: Uma Liga dois critérios?
De facto Leandro Lima foi irregularmente inscrito devido ao uso de um documento falso, na circunstância o seu BI, como o próprio bem como a sua mãe o admitiram já, vá lá saber-se com que intenções.
Com base no Regulamento Disciplinar da Liga, nos termos do seu artigo 60, implica a atribuição de derrota por cada jogo que efectuou ou que foi incluído na ficha técnica do jogo.
Tendo que o jogador em causa alinhou em oito partidas onde os dragões averbaram sete vitórias e uma derrota para além de em mais três partidas ter sido incluído na ficha técnica, adviria daí um prejuízo enorme para o FC Porto caso a Comissão Disciplinar da Liga venha a cingir-se à letra do Regulamento que agora penalizou os azuis do Restelo e o seu jogador Meyong.

Será pois de todo conveniente que os dirigentes portistas vão colocando "as barbas de molho" porque as do Belenenses já "arderam" pelo menos por enquanto, isto no caso de, repetimos, virem a recorrer do castigo que lhes foi aplicado.
Se esta deliberação do Conselho de Disciplina da Liga terá desencadeado em Lisboa, ali para as bandas do Restelo uma tempestade de revolta por parte dos apaniguados azuis de Belém, não podemos minimamente imaginar a dimensão do verdadeiro “ciclone” que porventura varrerá a Cidade Invicta se o seu maior e mais digno representante desportivo vier a ser punido à imagem do que aconteceu com o Belenenses e isto porque a massa associativa e adepta dos dragões é incomensuravelmente superior à dos lisboetas.
Como é óbvio não poderemos deixar de questionar também aqui qual a responsabilidade dos dirigentes portistas na falsificação do BI de Leandro Lima e se lhes competiria a obrigação de analisar se esse documento seria falso ou verdadeiro e de igual modo se não cometeria aos serviços da Liga e da FPF fazê-lo.
Questões pertinentes que também as teve o clube de Belém mas das quais os Disciplinadores da Liga fizeram tábua rasa…

Apesar desta situação ter sido despoletada por um Órgão de Comunicação Social Desportivo do Rectângulo Português, é no mínimo estranho o esquecimento (?) a que tem sido votada pelos restantes que, estrategicamente ou não, não a abordam.
Uma posição algo idêntica que tem vindo a ser assumida no que concerne ao acompanhamento do caso "Apito Dourado", cujo primeiro julgamento está a ser efectuado no Tribunal de Gondomar, sete anos depois (!!!) de ter sido despoletado, quando por exemplo em Itália, idêntica teia de corrupção foi "despachada" em menos de três meses, mas por cá ninguém ousa tentar desvendar a razão de tanta morosidade.
A propósito do célebre "Apito" limitam-se a breves informações de somenos importância, esquecendo-se de outras que melhor elucidariam a opinião pública sobe tão famigerado caso.
Como por exemplo esta: «A sensação da última audiência foi dada pelos dois ourives locais que vendiam os objectos de ouro oferecidos aos árbitros pelos dirigentes do clube. Um deles lembrava-se de ter gravado em 2002 o nome do árbitro António Taia numa bela pulseira de ouro com a data do jogo Benfica-Gondomar para a Taça de Portugal… em que o Benfica foi escandalosamente eliminado o que levaria ao despedimento do seu treinador, um tal de Jesualdo Ferreira…»

Opinião — Manuel Sérgio





Bobby Fischer
— o herói e o vilão

Possuindo as grandes centrais de manipulação da opinião pública, a América espalhou pelo mundo a figura e os feitos de Bobby Fisher. Residia nele uma inteligência fulgurante, que deitou por terra a supremacia habitual dos xadrezistas soviéticos.

No fim de uma das sete partidas que Bobby Fisher realizou, na disputa pelo título mundial de xadrez, o soviético Boris Spassky levantou-se e aplaudiu emocionado o seu adversário. Isto, numa modalidade desportiva onde as demonstrações imparáveis de admiração pelo adversário são raríssimas. O próprio Bobby Fisher afirmou, um dia, com deleite, que gostava de «esmagar o ego dos jogadores oponentes». Mas aquela tinha sido uma partida incomum. O excêntrico Fisher começou a perder, perdendo mesmo duas partidas, mas “deu a volta” e tornou-se, até hoje, o único norte-americano a conquistar um título mundial de xadrez. A vitória, em plena Guerra Fria, teve grande peso simbólico. A União Soviética pretendia mostrar ao mundo que o marxismo-leninismo produzia melhores cérebros, melhores corpos, uma sociedade mais perfeita. Os Estados Unidos da América do Norte pretendiam afirmar que na economia de mercado estavam o progresso e o desenvolvimento. Ora, a mestria, na prática do xadrez, sempre esteve associada a uma inteligência invulgar e, nas vitórias de Bobby Fisher, a América do Norte encontrou uma boa ocasião para proclamar “urbi et orbi” que a democracia liberal norte-americana produzia pessoas de inteligência mais vibrante do que as criadas sob regime comunista. Possuindo as grandes centrais de manipulação da opinião pública, a América espalhou pelo mundo a figura e os feitos de Bobby Fisher. Residia nele uma inteligência fulgurante, que deitou por terra a supremacia habitual dos xadrezistas soviéticos. Em 1972, um norte-americano gritava ao mundo todo que o desporto, a ciência, a arte, etc., etc. tinham a sua verdadeira pátria, na América do Norte.
Mas o seu estatuto de herói nacional depressa se desvaneceu. Ao falecer, no passado dia 17 de Janeiro, em Reykjavik, na Islândia, a cidade onde teve lugar a histórica disputa, que findou com a derrota espectacular de Boris Spassky, Robert James Fischer, de 64 anos, era um vilão que renunciara à cidadania americana. Depois de 1972, a sua vida transformou-se numa espiral descendente de um comportamento anómalo. O ex-prodígio tornou-se conhecido pelas suas catilinárias de anti-semitismo. Um judeu, no seu entender, era um perigo para a humanidade. Bem andou o Hitler em tentar erradicá-los da face da terra. Um louco, de facto! Em 1992, tornou a disputar e a vencer um jogo de xadrez, com Spassky, não deixando dúvidas a ninguém do seu extraordinário valor, como xadrezista. A partida, que lhe rendeu a gorda quantia de cinco milhões de dólares, realizou-se na Jugoslávia do ditador Slobodan Milosevic, então sob o embargo norte-americano. Bobby Fisher, se voltasse ao seu país seria processado e, com toda a certeza, condenado. Em 2001, logo após os lamentáveis atentados do 11 de Setembro, concedeu uma entrevista delirante, na qual aprovou o feito dos fanáticos da Al Qaeda. O terrorismo, contra aquele país, era um acto heróico, dado que ele era a fonte inesgotável de todos os males que afligiam o nosso mundo. A causa da morte de Bobby Fisher não foi divulgada, mas muitos o consideravam já em estado adiantado de demência. Que era um génio, na prática do xadrez – não há dúvidas, a este respeito. Que adoptasse o linguajar do terrorismo islâmico, declaradamente criminoso, é de lamentar. O seu génio de xadrezista merecia uma outra ética, uma outra mundividência.
O ser humano é uma tarefa a realizar. Nele, nenhuma realização é o fim último. Não basta ser xadrezista genial, ou desportista de invulgares qualidades técnicas, para ser Homem, na verdadeira acepção desta palavra. Para ser Homem, é preciso vencermo-nos, antes de vencermos os outros. Bobby Fisher foi um vencedor, no desporto. Mas perdeu na vida...