sexta-feira, 16 de maio de 2008

Ivo Vieira e o desempenho do Nacional


«Fica um "vazio" por não
termos chegado à UEFA»


O treinador adjunto do Nacional reconhece que a época acabou por «não ser condizente com aquelas que eram as expectativas», admitindo que ficou um «"vazio"» por não ter sido alcançado o apuramento para a Taça UEFA.

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Marítimo repete 5.º lugar com várias marcas de realce


Na UEFA por mérito próprio


Quatro anos depois, o Marítimo voltou a saborear a conquista de um lugar europeu, o que lhe dá o direito de participar na próxima edição da Taça UEFA. Um feito valorizado pela chegada ao 5.º lugar, após a vitória final em Matosinhos, e com uma marca pontual (46 pontos) que relegou para segundo plano o "caso" Meyong…

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Vitória sobre o Marítimo (2-1) valeu Taça da Madeira



Nacional sorri no fim

Alvi-negros ergueram nos Barreiros, pela sexta vez, o “caneco”, após um jogo muito animado e que teve como principal protagonista Fernando Cardozo.

Cirilo Borges

Marítimo e Nacional encontraram-se no Estádio dos Barreiros para disputar a final sexagésima edição da Taça da Madeira. A competição futebolística que se disputa há mais tempo na Região tinha todos os ingredientes para resultar num bom espectáculo: frente a frente estavam os dois principais emblemas da ilha, no maior palco desportivo, arbitrado pelo mais cotado juiz madeirense, num horário “à la champions league”. E foi mesmo um bom jogo, com duas equipas apostadas em vencer, lances individuais e colectivos vistosos e uma arbitragem que passou quase despercebida.

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II Divisão: Miguel Fidalgo e o jogo decisivo com Chaves


«Só pensamos na vitória»

O União desloca-se, este fim-de-semana, a Chaves, onde disputará, frente ao Desportivo local, um embate (quase) decisivo na luta pelo primeiro lugar. O avançado dos azul-amarelos mostra-se confiante na conquista da vitória.

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Gil Cunha não perspectiva facilidades para o derbi




Vencer e manter-se
na rota da subida

O treinador do Santana não vaticina facilidades para o derbi com o Câmara de Lobos, mas não esconde a motivação em somar «o máximo de pontos possíveis para terminar entre os dois primeiros».

Dez anos a coleccionar títulos no futebol regional

«Sabor da vitória
é sempre igual»


Já foi campeão no Marítimo, no União e no Andorinha; nos iniciados, nos juvenis e nos seniores; na I e na II Divisão! Pedro Araújo, um coleccionador de títulos regionais, diz que o sabor da vitória é sempre igual. E assume-se como «um técnico de projectos e não desta ou daquela divisão».

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Madeira tem quase 17 mil atletas federados

6% vive do desporto

O número avançado por Francisco Fernandes dá conta do número de madeirenses que obtém rendimentos através do desporto, relevando assim a importância do sector para a economia da Região.

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IX Fórum dos Treinadores da Madeira


Táctica vencedora

Reunião magna dos técnicos madeirenses segue o modelo dos últimos três anos, dando-lhes oportunidade de usar da palavra e escolher de entre cinco cursos, desta feita subordinados ao tema “Interagir, Comunicar e Inovar no Treino Desportivo”.

Cirilo Borges

O IDRAM, em parceria com o Departamento de Educação Física e Desporto da UMa, leva a efeito, entre os próximos dias 6 e 10 de Junho, o IX Fórum dos Treinadores da Madeira. A iniciativa, a decorrer na Escola Dr. Horácio Bento Gouveia, subordinada este ano ao tema “Interagir, Comunicar e Inovar no Treino Desportivo”, segue o mesmo modelo organizativo dos últimos três anos, com o objectivo de «proporcionar um espaço de apresentação e de partilha de experiências no âmbito da actividade do treino desportivo e evidenciar os resultados dos trabalhos e estudos ligados à área».

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Marítimo Campeão Nacional da I Divisão



Mãos na Europa

Os verde-rubros ergueram um troféu histórico e vão participar, pela primeira vez, na Taça Challenge. Um feito festejado com exuberância, após um jogo emocionante.

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Bilhar : I Divisão

Canicense a quatro pontos do título

Após um curto período de ausência, devido a afazeres fora da região, regressamos ao convívio dos leitores de «O DESPORTO», sobretudo aos aficionados do Bilhar, começando por salientar o avanço do Cruzado Canicense sobre os demais concorrentes, arrumando praticamente a questão do título quando apenas faltam disputar quatro jornadas, embora as duas últimas sejam as de maior dificuldade para os cebolinhas, com a recepção aos camacheiros e a visita aos barões para encerrar a campanha.

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Opinião: Gustavo Pires






Cultura de Vencidos

No que diz respeito à generalização da prática desportiva, entre 26 países europeus, ocupamos brilhantemente a primeira posição no que diz respeito àqueles que não praticam desporto.

Perante a realidade das estatísticas do INA que nos dizem que, em 2007, em Portugal, houve mais óbitos do que nascimentos, quer dizer, tivemos aquilo que há muito já era previsível, um saldo fisiológico negativo, os problemas que afligem os portugueses ganham uma importância acrescida, na medida em que tomamos consciência de que o país, ao cabo de mais de oito séculos de história, está simplesmente a morrer. E está a morrer por uma incapacidade absoluta de, nos últimos trinta anos, os dirigentes engendrarem as políticas públicas necessárias para arrancar o país da triste e vil miséria em que tinha acabado de sair do antigo regime. É evidente que se construíram muitas auto-estradas, muitos estádios, muitas obras faraónicas que, em muitas circunstâncias, num país com 2 milhões de pobres, são um atentado à inteligência, ao bom senso e, fundamentalmente, ao sentido de solidariedade que deve presidir às políticas públicas.
De facto, desde Abril construiu-se paulatinamente uma cultura de egoísmo que hoje se traduz numa cultura de vencidos. De facto, Portugal, no quadro do desenvolvimento económico e social no ranking das Nações Unidas está em queda acentuada, pelo que é um país vencido pela Grécia, a Eslovénia, Chipre e no ranking do rendimento da OCDE (2008) já está atrás da República Checa.
No que diz respeito à generalização da prática desportiva, entre 26 países europeus, ocupamos brilhantemente a primeira posição no que diz respeito àqueles que não praticam desporto. De facto, segundo “Eurobarometer”, 66% dos portugueses dizem nunca praticar desporto. Mas se a base do sistema desportivo é pura e simplesmente medíocre, no que diz respeito à elite, apesar dos auto elogios de alguns dirigentes desportivos, o que é facto é que, nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004), Portugal ficou mediocremente na 61ª posição atrás de países como Marrocos, Coreia do Norte, Turquia, ou, entre outros exemplos significativos, a Etiópia.
Hoje, Portugal, corre o risco de perder a sua identidade cultural, para além dos golos do Cristiano. Quer dizer, não existe um credo e uma filosofia de acção. Ninguém sabe em que acreditar para além dos seus egoísmos pessoais ou corporativos. Se o processo de tomada de decisão acerca do Euro 2004 demonstrou a força e a pesporrência dos egocentrismos que regem o desenvolvimento económico e social no país, depois, o evento propriamente dito, exibiu de forma exemplar o estado de inconsciência e irresponsabilidade individual de milhares de cidadãos. Os resultados estão à vista. Os portugueses andam a trocar emprego e qualidade de vida, por betão armado. Mas não há meio de aprenderem.
Agora, mais uma vez, num ambiente de completa alienação nacional que, ao tempo da outra senhora, os poetas do “vento que passa” diziam ser pura e simplesmente a utilização fascista do desporto, os portugueses preparam-se para viver na maior das irresponsabilidades o Euro 2008. E os mais susceptíveis à propaganda política e comercial, que já começou, até vão ter direito a um cartão comprovativo. Um cartão de “alienado nacional”. Se isto não é a utilização pura e dura da dimensão fascista do desporto, então meus senhores, o fascismo não existe nem nunca existiu. Contudo, podem estar certos, toda e qualquer organização desportiva, deixada em roda livre, caminha tendencialmente para se transformar numa organização fascista. Se não acreditam olhem à vossa volta.
Assim sendo, o que é necessário é uma consciência cívica acerca da necessidade urgente de se organizar um futuro partilhado no que diz respeito às políticas económicas, culturais e de cidadania, conducentes à construção, através da educação e formação cultural, de uma verdadeira identidade nacional que, para além dos equívocos do Scolari, das defesas do Ricardo e dos dribles do Cristiano, tire o país do buraco em que se encontra. Porque, senão, os equivocados, os indefesos e driblados, serão certamente as gerações do recibo verde a 400 euros. Enquanto aguentarem.
Os portugueses nunca compreenderam o significado da expressão cultura desportiva, por muito que “A Bola” se tenha esforçado por a defender e explicar logo a seguir ao 25 de Abril. É pena, “A Bola” desistiu… A cultura organiza-se a partir dos arquétipos mais queridos de uma nação. Hoje, a prática desportiva popular, construída ao longo de um século, está a soçobrar perante modeles estranhos que nos chegam de fora e que estão, porque assumidos de uma forma absolutamente pacóvia, a destruir aquilo que sempre tivemos de mais genuíno. A saga da contratação de Ericsson, num clube que tem nas suas hostes, entre outros, um Humberto Coelho, a menos que hajam razões que o comum dos mortais desconhece, revela bem o estado provincianismo a que um dos maiores clubes portugueses chegou. Pessoa disse com razão que «se quisermos resumir numa síndroma o mal superior português, diremos que esse mal consiste no provincianismo».
Hoje, o que impera em Portugal é uma cultura de vencidos, liderada por um certo nacional provincianismo. E o país pelas fracas lideranças deixou de acreditar em si. «Um fraco rei torna fracas as fortes gentes.» E, neste aspecto, o futebol espelha magnificamente o país que temos. Não são Pinto da Costa, Valentim Loureiro e outros que estão a ser julgados, é o país. Porque, o fumar a bordo, não é uma questão de fumo e, menos ainda, de pedir desculpa. É uma questão cultural, de uma cultura de vencidos por mais sucesso que tenham na vida. É o sucesso de uma cultura de vitória mas da vitória dos fracos, porque «o provincianismo consiste em pertencer a uma civilização sem tomar parte no desenvolvimento superior dela». E o desenvolvimento acontece pelas atitudes, comportamentos e práticas, sobretudo de quem deve ser o primeiro a dar o exemplo. Quando assim não acontece, vive-se uma cultura de vencidos e premeia-se a vitória dos fracos. Desculpem lá….
Por isso, a degradação moral e social que o país se prepara para comemorar no Euro 2008 e, depois, logo de seguida, nos Jogos de Beijing, só é possível numa sociedade que pelo seu egoísmo não enxerga as diferenças e o contraste entre os vários grupos sociais, de que os obscenos vencimentos de alguns gestores, tal como os de alguns jogadores de futebol, são só um pequeno pormenor.
Os conflitos sociais vão explodir de um momento para o outro, e, quando isso acontecer, não haverá alienação desportiva que aguente os sentimentos das massas ávidas de direitos e de justiça. Depois, só se pode esperar o pior.

Opinião: Manuel Sérgio





Para um socialismo
do século XXI (V)

[…] no Desporto, como instituição e como pedagogia, como teoria e como prática, está presente o espírito humano.

5. Se Leibniz se preocupou com a "philosophia perennis"; se o Padre Manuel Antunes se preocupava com o "humanismus perennis" – será actual perguntar: o que torna actual o Desporto e o que pode conceder-lhe perenidade? O desporto será sempre actual, se for História e se assumir como História! Mais do que um "facto", o ser humano será sempre um "valor". «O homem define-se, antes do mais, pela sua corporeidade, que é o que o torna presente no mundo e, enquanto corpo, constitui um objecto para as ciências da natureza. Mas define-se também, e sobretudo, pelo que o seu espírito manifesta» (Jean-Philippe Ravoux, "A Unidade das Ciências", Instituto Piaget, Lisboa, 2004, p. 92). De facto, no Desporto, como instituição e como pedagogia, como teoria e como prática, está presente o espírito humano. Na "Carta Internacional da Educação Física e do Desporto" (UNESCO-1978), refere-se que a prática da Educação Física e do Desporto é um direito fundamental de todos, mas que deve desenvolver-se em sociedades, onde os direitos humanos sejam respeitados. No "Manifesto Mundial da Educação Física" (FIEP-2000) consigna também o direito de todos à Educação Física e que nesta são seus valores principais: corpo são e equilibrado; aptidão para a acção; valores morais. No "Manifesto Mundial do Desporto" (CIEPS-1968) assinala-se, sem lugar a dúvidas, que o Desporto se encontra ao serviço do homem e, por isso, é iniludível o contributo do ser humano na resolução de novos problemas. Os documentos das conferências internacionais de ministros e altos funcionários, promovidas pela UNESCO, consideram obsoleta qualquer visão do Desporto desinserida do bem-estar da sociedade donde a prática desportiva emerge. A "Carta do Espírito Desportivo" (Lisboa-1991) acentua que: «Ter espírito desportivo é, em primeiro lugar e acima de tudo, observar estritamente as regras. É procurar não cometer nunca, deliberadamente, uma falta (...). Ter espírito desportivo é respeitar o árbitro (...). Ter espírito desportivo é reconhecer com dignidade a superioridade do adversário, na derrota. Ter espírito desportivo é aceitar a vitória com modéstia e sem ridicularizar o adversário (...). Ter espírito desportivo é manter a dignidade, em qualquer circunstância. É demonstrar que temos controlo sobre nós mesmos. É impedirmos que a violência física e verbal se apodere de nós». O "Manifesto do Fair Play", do Comité Internacional para o Fair Play refere que «o Desporto de competição pode responder a numerosas exigências fisiológicas, psicológicas e sociais do homem». Depois, este "Manifesto" estende-se numa prosa que muito o aproxima da "Carta do Espírito Desportivo".
Poderíamos ainda citar a "Declaração do Rio de Janeiro sobre o Desporto e o Desenvolvimento Sustentável" (23 de Outubro de 1999), a "Declaração Universal dos Direitos à prática de Desportos na Natureza", a "Carta Europeia do Desporto", a "Carta Europeia do Desporto-para-Todos", o "Código Europeu de Ética Desportiva", etc., etc. Num ponto havemos de convir: em todos eles (nalguns mais do que noutros) aparece o Desporto ao serviço do ser humano, na sua dimensão mais profunda e mais transcendente. É evidente que o socialismo não é, para todos os desportistas, o futuro que mais anseiam. No socialismo por que me bato, eles cabem, são necessários, porque o meu socialismo é o espaço de todos os homens de boa vontade! Com efeito, é com eles que poderá construir-se um desporto novo!

Opinião: JM Silva







Que fique bem claro

Por mérito próprio, com os pontos conquistados dentro das quatro linhas, sem ter sido levado ao colo por quem quer que fosse, sem beneficiar da “desgraça” de terceiros, o Marítimo conquistou o quinto lugar na Bwin Liga e está de malas aviadas para a sua sexta participação na Taça UEFA.

Pessoa que tem experiência da vida não se deixa iludir com a facilidade e age com a cautela suficiente para não correr riscos de qualquer espécie e colocar em causa os frutos de tal experiência.
Por isso e também porque «cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém» não abordámos, nem ao de leve que fosse, mais uma grande conquista do Maior Clube das Ilhas que pela sexta vez no seu historial vai estar em mais uma competição europeia na próxima temporada. Também porque sabemos que o sucesso, sobretudo numa prova de longa duração como o é um campeonato nacional de futebol, não é uma prova de velocidade mas sim de uma longa maratona onde só no fim é que se fazem as contas, deixámos para a presente edição a oportunidade de nos debruçarmos sobre mais esta brilhante conquista do Marítimo na sequência do grande objectivo traçado no início da temporada pelos dirigentes verde-rubros, um desafio aceite desde a primeira hora pela equipa técnica liderada pelo professor Sebastião Lazaroni e todos os jogadores que compunham o plantel.
Acresce que depois de ter garantido na penúltima jornada da Bwin Liga o seu grande objectivo, o Marítimo tinha ainda algo mais para conquistar na derradeira jornada… e existiam alguns equívocos que urgiam ser esclarecidos em nome da verdade desportiva.

Tentando subestimar a proeza alcançada pelo Velho Clube do Almirante Reis, surgiram aqui e além alguns grupos de detractores indígenas que, esquecendo-se porventura da tabuada nalgum sítio qualquer, atribuíam à perda de seis pontos na secretaria por parte do Belenenses — por única e exclusiva responsabilidade dos seus dirigentes — a nova ida do Marítimo às competições europeias, o que não correspondia minimamente à verdade.
Se tivessem a escrita em dia, teriam verificado facilmente que após a disputa da penúltima jornada da Bwin Liga, mesmo contando com os seis pontos que lhe haviam e bem sido retirados, o Belenenses estaria ainda fora do lote dos “europeus”, pois tal como aconteceu nos dois jogos com o Nacional, onde o Marítimo arrecadou os seis pontos em disputa com vitórias na Choupana e nos Barreiros, o mesmo acontecera aos azuis do Restelo, derrotados pelos verde-rubros, cá e lá, por 2-0 e 3-1 respectivamente, e que em igualdade pontual (43 pontos reais para os madeirenses e 43 virtuais para os azuis) ficariam na geral sempre atrás da formação maritimista.
Esqueceram-se da tabuada, repetimos, e facto ainda mais relevante não se lembravam que havia ainda a última jornada da prova para ser disputada onde então seriam feitas as contas finais.
A tais detractores lembramos que entre um projecto e a sua realização podem ocorrer muitos obstáculos que frustram a concretização dos propósitos.
No seu percurso rumo à sua sexta presença nas provas europeias também surgiram ao Marítimo muitos obstáculos, só que teve a capacidade e o mérito de os ultrapassar ao contrário de outros que foram menos capazes para o conseguir. Só isso…

Registamos duas situações, das muitas que se nos depararam no que respeito diz aos detractores que atribuíram, erradamente, à perda dos seis pontos por parte do Belenenses a ida dos verde-rubros à Europa do Futebol.
A primeira reporta-se a Patacas, capitão da equipa nacionalista que, frustrado pelo facto do seu clube não ter também ele atingido os seus legítimos objectivos europeus, desvalorizou a conquista do velho rival, embarcando no mesmo erro de muitos outros o que é simplesmente lamentável e que nos leva a questionar se seria por solidariedade para com as gentes do Restelo que o Nacional (também ele a tirar dividendos da “desgraça” azul) abdicou de lutas pelos seus objectivos, deixando-se surpreender em casa perante adversários com a corda ao pescoço na iminência de serem despromovidos como foram os casos das derrotas frente ao Paços de Ferreira e da Académica.
Mas muito mais lamentável foi o facto de determinado Diário local, que se intitula o de maior distribuição na Madeira, que na sua edição da passada segunda-feira, depois de referir que o Marítimo se tinha confirmado como a quinta melhor equipa portuguesa «demonstrando e confirmando valores que vieram ao de cima na fase decisiva da época», tivesse terminado essa apreciação, escrevendo: «não se deve, embora tenha sido relevante, cingir a ida do Marítimo à Taça UEFA, pelo facto do Belenenses ter “borrado” na inscrição de um seu jogador o que provocou a perda de pontos em favor da equipa maritimista, mas há que fazer cumprir as leis».
É um absurdo enorme admitir-se que os seis pontos perdidos pelo Belenenses tivesses revertido a favor dos verde-rubros quando apenas três deles foram atribuídos à Naval da Figueira da Foz referentes ao jogo que realizou com os do Restelo, no único jogo em que Meyong alinhou indevidamente.
No mais todas as equipas que se encontravam atrás do Belenenses, aquando do castigo que lhe foi aplicado, subiram todas elas um posto na tabela classificativa.
Tamanha irresponsabilidade não só é lamentável como também é merecedora de rectificação e, porque não, de um pedido de desculpas ao Velho Campeão de Portugal.

Chegada a hora da verdade, a das últimas apitadelas dadas pelos árbitros, que dirigiram os últimos encontros do Sporting, do Vitória de Guimarães e do Benfica onde se jogavam os, 2.º, 3.º e 4.º lugares na prova, apenas o Marítimo, uma das seis equipas do pelotão da frente, conseguiu uma ultrapassagem na tabela classificativa, relegando o Vitória de Setúbal para o sexto lugar e subindo por sua vez para o quinto posto ao fechar com chave de ouro a sua participação na Bwin Liga com uma brilhante e difícil vitória no Estádio do Mar frente a um Leixões carente de pelo menos um empate para não descer de divisão, empate esse que aconteceu mas em Leiria onde o Paços de Ferreira não soube aproveitar o triunfo forasteiro do Marítimo.
Nos outros três encontros aconteceram em todos vitórias caseiras, mantendo-se tudo como dantes: Sporting no 2.º lugar com o direito de entrar directamente na Champions, o Vitória minhoto na 3.ª posição entrará na pré-eliminatória da mesma competição, enquanto que o Benfica, 4.º classificado, terá que contentar-se em participar na Taça UEFA da próxima temporada.
Por mérito próprio e apenas e só com os pontos que dentro das quatro linhas conquistou, o Marítimo conseguiu os seus objectivos. Bem haja por isso e as nossas sinceras felicitações.

Estranho, mas apenas até certa medida, o comportamento de toda a Comunicação Social Desportiva, escrita, falada e televisiva continental, se tenha esquecido até agora que o Marítimo, pelo menos por enquanto, ainda é uma equipa portuguesa e como tal têm os seus apaniguados o direito de exigir um tratamento igual ao dos restantes clubes continentais.
Ou dar-se-á o caso de terem esgotado todos os stocks de adjectivos com que brindaram ao longo da época, não só os três grandes como também os dois Vitórias, o minhoto e o sadino, o Belenenses e o Sporting de Braga, entre outros?
Na Madeira também lemos “A Bola”, o “Record” e “O Jogo”, também sintonizamos a RDP e a RTP, muito em especial ao que o desporto em geral diz respeito e pagamos por tudo isso e com tal repudiamos o comportamento com laivos de separatismo com que nos tratam.
A propósito: — O Marítimo também se sagrou campeão nacional da 1.ª Divisão Masculina em Andebol na presente temporada, garantindo assim mais uma participação europeia para além do futebol na mesma temporada; e as suas meninas do Basquetebol correm um sério risco de, já neste fim-de-semana, trazerem para a Madeira mais um título nacional.
Para terminar: se ao Belenenses não tivesse sido retirados os seis pontos, feitas as contas finais, o Marítimo continuaria no 5.º lugar da Bwin Liga, o Belenenses seria 6.º o que relegaria o Vitória de Setúbal para fora das competições europeias. Sabiam?