sexta-feira, 11 de abril de 2008

Marítimo reencontra Ulisses Morais na Figueira da Foz



Duas vitórias seguidas
seriam passo crucial


Depois de vencer o derbi madeirense e recolocar-se em posição mais favorável na luta pela UEFA, o Marítimo tem nova oportunidade para cimentar a sua candidatura. É que duas vitórias consecutivas nesta fase da Liga, para mais antes de receber o Sp. Braga, um concorrente directo, seriam um passo crucial. Para tal é preciso ultrapassar a Naval de Ulisses Morais, que na primeira volta ganhou nos Barreiros…

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Ambição de apuramento para a UEFA assim o exige


Acertar os "Paços"

No nono lugar e a quatro pontos do desejado sexto lugar, o Nacional está como que obrigado a vencer o Paços de Ferreira para não perder o "comboio" da Taça UEFA.

Roberto Paulo Pereira

A medida que a Liga avança para o seu final, é cada vez menor a margem de erro do Nacional rumo à desejada qualificação para a Taça UEFA. No sexto lugar, com 32 pontos, os alvi-negros terão de vencer, no domingo, pelas 16 horas, no Estádio da Madeira, na Choupana, o Paços de Ferreira para não se atrasarem ainda mais na luta pelos lugares "europeus".

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AD Machico despromovido à III Divisão


União defende liderança

O União defende este domingo a liderança da Série A, frente ao Desportivo de Chaves. Na luta pela manutenção, a Camacha, em caso de vitória, poderá dar um passo muito importante. Já sem possibilidades de garantir a permanência está Machico, que tem já confirmada a descida à III Divisão.

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Leonardo Jardim encantado em Chaves


«Sair da Madeira
para ser reconhecido…»

O treinador madeirense diz-se encantado em Trás-os-Montes, considerando o Chaves o «clube com maior dimensão da II Divisão». O jovem técnico não esconde a ambição de chegar ao futebol profissional e lamenta: «Muitas vezes, para vermos reconhecido o nosso trabalho, temos de sair da Madeira».

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Santana no Funchal para defrontar Câmara de Lobos

Derbi do tira-teimas

Diz o ditado que “à terceira é de vez”. Pois bem: após dois empates na primeira fase do campeonato, as equipas madeirenses vão tentar dar mais cor às estatísticas e subir na classificação.

Cirilo Borges

O Santana perdeu uma boa oportunidade de colocar-se em posição mais privilegiada para discutir a subida à II Divisão Nacional. Os santanenses empataram em casa com o Iregja Nova, na jornada inaugural da Fase de Subida, desaproveitando assim o desaire sofrido pelo Oriental no Cacém. Quem não esteve com meias medidas foi o Elvas, que bateu no Alentejo o Câmara de Lobos e isolou-se no comando da classificação.

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Líder volta a sentir-se mais confortável


Verdadeiro Cruzado

O Canicense tem três pontos de vantagem a três jornadas do fim e tem atrás uma concorrência irregular. O “tri” parece vir aí.

Cirilo Borges

Apesar de, esta época, o campeonato estar muito mais disputado e emocionante, para gáudio dos (outros) adeptos, o Canicense continua a dar mostras de, no grupo de candidatos ao título, ser aquele realmente que tem mais estofo de campeão. Se os vencedores são sempre os mais regulares, então os verdadeiros “guerreiros” são aqueles que, mesmo sofrendo aqui e ali um ou outro golpe, conseguem erguer-se e continuar a ganhar terreno ao adversário. E é essa cruzada que o Canicense tem conseguido levar por diante. Esta época, em cada jornada que perde pontos, responde nas seguintes com a conquista de triunfos, ao contrário dos concorrentes, que parecem embandeirar em arco após uma vitória, dando um passo atrás logo na ronda seguinte.

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Bruno Câmara quer ser o melhor marcador do Regional mas…


«Prioridade para o "tri"»

Aos 34 anos, Bruno Câmara continua a ser um dos avançados de referência do futebol regional, conforme comprovou na jornada anterior, ao apontar os três golos da vitória do Canicense diante do 1.º de Maio.

Roberto Paulo Pereira

"Quem sabe nunca esquece"! Aos 34 anos, e já com uma longa carreira no Desporto Regional e Nacional, onde se destacam a conquista de vários títulos, Bruno Câmara é mais um daqueles exemplos em que a qualidade não desaparece com a idade. Na pretérita jornada, o avançado do Canicense voltou a ser decisivo para a sua equipa, ao apontar os três golos com que o Bi-campeão Regional derrotou o 1.º de Maio.

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AD Machico à beira de completar 39 anos


Prioridade à formação

Numa altura em que se prepara para festejar o seu 39.º aniversário, a AD Machico dá início a um novo ciclo da sua existência, reforçando a sua atenção na formação.

Roberto Paulo Pereira

Reza a história que, em meados de 1968, os dirigentes de Sporting e Belenenses de Machico sentiram a necessidade de unir esforços no intuito de assegurar maior visibilidade desportiva do concelho na Região e não só. Sensivelmente um ano depois, a 14 de Abril de 1969, depois de várias reuniões preparatórias, foi acordada a fusão dos dois clubes, nascendo a Associação Desportiva de Machico.

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AD "A Coruja" completa 32 anos de vida


«Sobrevivendo contra a
vontade de muita gente»


À beira de completar o seu 32.º aniversário, a Associação Desportiva A Coruja tem poucas razões para festejar. O presidente do clube, José Gomes, acusa o Município do Funchal e a Junta de Freguesia do Monte de «discriminação», mas garante: «Mesmo contra a vontade dessa gente, o clube não vai fechar.»

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Andebol: Só falta conhecer um campeão


Académico leva dois títulos

A escola academista continua a dar campeões regionais. Esta época em infantis e iniciados masculinos. Na I Divisão Nacional, o Marítimo “Avanca” para o “Play-Off”.

Cirilo Borges

O Académico sagrou-se campeão regional em infantis e iniciados masculinos, ficando assim apenas um título por entregar. Os academistas mais novos não deram hipótese, garantindo o primeiro lugar a duas jornadas do fim, mercê de uma caminhada feita apenas com vitórias. Já os mais “velhos” chegaram ao título apenas no epílogo do campeonato mais disputado desta época nos escalões mais jovens. O Académico garantiu o ceptro graças ao triunfo sobre o Bartolomeu Perestrelo e tirando partido do desaire do Marítimo ante o Infante.

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São Roque do Faial e Pontassolense já garantiram manutenção

Água mole em pedra dura…

O Marítimo tem amanhã mais uma oportunidade de sagrar-se campeão regional, mas vencer o Curral das Freiras pode ser complicado.

Cirilo Borges

A duas jornadas do fim, continua tudo por definir, muito embora as coisas estejam um pouco mais claras. O título continua a ser perseguido por duas equipas, com vantagem clara do Marítimo, ao passo que a fuga aos dois últimos lugares ficou reduzida a cinco, com Prazeres e Francisco Franco nas posições mais incómodas.

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Dias Mundiais da Actividade Física e da Saúde


Está tudo a mexer!

Foram às centenas os participantes nas actividades comemorativas dos Dias Mundiais da Actividade Física e da Saúde, que tiveram lugar, entre sexta e segunda-feira, no Madeira Shopping. Fruto da sinergia entre diversas entidades — IDRAM, Direcção Regional de Planeamento e Saúde Pública, Departamento de Educação Física e Desporto da UMa, Fundação Portuguesa de Cardiologia e Associação da Madeira de Desporto para Todos, com o patrocínio de diversas empresas —, foram ali realizadas uma série iniciativas que procuraram cultivar o gosto pela prática regular de exercício físico e consequente benefício para a qualidade de vida.

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São Roque e Ponta do Pargo servem para ser campeões


Recuperar títulos

Equipas madeirenses querem voltar a ostentar os galões máximos do ténis de mesa nacional, mas têm grandes obstáculos pela frente.

Cirilo Borges

Disputam-se amanhã os jogos da primeira mão das finais da I Divisão. Tal como sucedeu diversas vezes no passado, em masculinos estarão frente a frente São Roque e Sporting, ao passo que, nos femininos, Mirandela e Ponta do Pargo estarão novamente na mesma mesa.

São Roque contra
a tradição

O DESPORTO conversou com os presidentes das direcções dos clubes madeirenses, para saber da importância que os próximos jogos assumem.

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Opinião — Manuel Sérgio








A Hermenêutica: o método no desporto?

Poder-se-á dizer que o treinador desportivo é um especialista em Humanidade? E se o treinador é um especialista em humanidade o método a empregar deverá ser o hermenêutico?

Manuel Sérgio

A Ciência da Motricidade Humana (CMH), teorizada por alguns brasileiros e por mim, teve os seus precursores: Jean Le Boulch e Pierre Parlebas, em França; José María Cagigal, em Espanha; Nelson Mendes, em Portugal e João Paulo Subirá Medina, no Brasil. Este, no seu livro "A Educação Física cuida do corpo e... mente”, fundamentado no que estudara em Bachelard e Althusser, adianta mesmo: «A Educação Física precisa de entrar em crise, urgentemente», para que o crescimento e o desenvolvimento nela aconteçam. Palavras proféticas estas, escritas em 1982 e em sintonia com o que se passava, nos outros ramos do saber, os quais sofriam inapagáveis mudanças de paradigma. Coube-me trabalhar o tema da Motricidade Humana, na minha tese de doutoramento (1986), fundamentando-me, em primeiro lugar, na ideia de "totalidade" da filosofia hegelo-marxista e depois no conceito de "percepção" em Maurice Merleau-Ponty. A ideia de "totalidade" referia que não há coisa, não há ser humano, não há grupo, não há sociedade que não devam perspectivar-se, dentro de uma totalidade e das contradições que ela encerra. Não há indivíduos fora de um todo, como não há uma totalidade que não se constitua de elementos individuais. Mas todos estes elementos em relação dialéctica, pois que integram o mesmo todo. O mundo é holístico, indiscutivelmente. E porquê em Maurice Merleau-Ponty? Porque o autor da "Fenomenologia da Percepção" afirmou, pela primeira vez na História da Filosofia, que «o saber absoluto do filósofo é a percepção» e que «perceber é tornar presente qualquer coisa com a ajuda do corpo». É pelo corpo que eu conheço. Neste filósofo, há uma crítica vigorosa contra todos os dualismos tradicionais (corpo-alma, homem-mulher, branco-negro, senhor-servo, etc.) e uma defesa inconfundível da passagem do corpo-objecto (ou corpo-instrumento) ao corpo-sujeito, pois que o corpo não se reduz a simples organismo, ele é uma rede de intencionalidades, um horizonte de possibilidades, a fonte da comunicação com o mundo.
Desta filosofia de base e tendo em conta também a descontinuidade na História das Ciências, tanto as pessoas que me acompanhavam como eu decidimos criar uma nova ciência humana e social, a CMH, integrando nela o desporto, a dança, a ergonomia, a reabilitação psicomotora, etc., isto é, todas as actividades onde predomina o movimento intencional de uma pessoa que pretende superar e superar-se. Mas, como motricidade humana que é, dele emerge a complexidade humana: o físico, o biológico e o antropossociológico. O desportista que provoca admiração e espanto não tem só qualidades físico-biológicas invulgares, com uma ou outra excepção ele é também um homem com um psiquismo forte, de autêntico vencedor. Por outro lado, se o desporto é um dos aspectos de uma ciência humana, não cabe nele uma hiperespecialização que obstaculize uma visão do global ou da complexidade humana. Os problemas fundamentais, no desporto (como na vida) nunca são parcelares, porque numa totalidade (ou complexidade) tudo está relacionado com tudo. Um treinador desportivo, por exemplo, incapaz de descobrir o complexo que fundamenta o aparentemente simples não pode ser treinador de futebol, nos dias de hoje. Assim, um departamento de futebol, por exemplo, deverá compor-se de especialistas de várias áreas, para que a inter, a intra e a transdisciplinaridade se tornem possíveis. O conhecimento, num treinador de futebol, desenvolve-se tão-só quando se é capaz de contextualizar e complexificar. No desporto, quem sabe muita biologia e não entende a realidade humana é, de certo, um líder com inúmeras insuficiências. O desafio cultural que se coloca ao treinador de futebol reside aqui: a sua cultura há-de ser humanista, fundamentada também nas ciências e científica, fundamentada também nas humanidades. Para tanto, ele tem de fazer da informação que lhe chega dos especialistas que o rodeiam matéria-prima que deve integrar e dominar. Quem sabe de futebol sabe necessariamente mais do que futebol. Como escreve Edgar Morin, no seu livro "La tête bien faite", há necessidade imperiosa «de uma reforma, não programática, mas paradigmática». Também no futebol, onde há gente a mais, sem uma visão política de progresso e desenvolvimento.
Como Montaigne ensinava, mais vale uma cabeça bem feita do que atulhada de conhecimentos. Por isso, há princípios a não esquecer: o conhecimento científico, hoje, é intra, inter e transdisciplinar (sou tentado a acrescentar que as ciências, hoje, são sistémicas); onde predomina a redução e a compartimentação, a visão é defeituosa (a interrogação: quem somos? é inseparável de uma outra: onde estamos? Donde viemos? Para onde vamos?); as ciências humanas dizem-nos que o ser humano e portanto o futebolista é simultaneamente o homo sapiens, o homo demens, o homo faber, o homo ludens, o homo prosaicus, o homo poeticus, etc.; a incerteza é a primeira característica da complexidade (conhecer não é chegar a uma verdade certa, mas dialogar com a incerteza); a prática desportiva é essencialmente sinal, mensagem, texto e o método que o treinador deve utilizar, acima do mais, é a hermenêutica (quem diz hermenêutica diz compreensão e compreender é captar o sentido); se o treinador é o líder que lê e interpreta, para dialogar e comandar, já que a prática desportiva se resume a textos e acções, a capacidade de liderança é essencial ao treinador; o líder é um apaixonado pelo trabalho em comum (ele, normalmente, encoraja, não culpa) e sabe transmitir à sua equipa essa paixão, ao mesmo tempo que se faz admirar pela integridade moral, competência, coragem e audácia; o melhor treinador não é o que sabe muito, mas o que vence mais jogos e, por isso, deve ser culto, entendendo a cultura como a aliança do saber e da vida; o desporto é um dos aspectos da motricidade humana, onde o humano é, quase sempre, mais do que a soma das partes. Poder-se-á dizer que o treinador desportivo é um especialista em Humanidade? E se o treinador é um especialista em humanidade o método a empregar deverá ser o hermenêutico? Este será um tema que trataremos a seguir.

Opinião — JM Silva






Ponta final

A Bwin Liga 2007/08 entra agora na sua ponta final onde ainda existe muita coisa em jogo e numa altura em que apenas dois lugares, o primeiro e o último, já estão entregues e onde o «matematicamente possível» começa a funcionar. Mas cuidado porque existem ainda alguns processos disciplinares por resolver…

A cinco jornadas da Bwin Liga, época 2007/08, conhecer o seu marco final, praticamente apenas 2 lugares já foram atribuídos, curiosamente o primeiro e o último da classificação geral, respectivamente ao FC Porto e à U. Leiria.
Porém se em relação aos leirienses não subsistem quaisquer dúvidas quanto à sua descida de divisão, já o mesmo não se poderá dizer em relação aos dragões, dependentes que estão na justiça civil e da justiça desportiva onde decorrem processos contra o FC Porto e contra o seu presidente, Jorge Nuno Pinto da Costa, por supostos envolvimentos na operação Apito Dourado.
Mas enquanto isso a formação orientada pelo professor Jesualdo Ferreira já comemorou efusivamente a conquista do TRI, dando os foguetes antes da festa, o que nem sempre é aconselhável.
Em boa verdade contudo, sendo condenados ou não, o FC Porto e o seu presidente, o título dos dragões jamais estará em perigo já que somaram os pontos suficientes para dar e vender, mesmo que entretanto viesse a acontecer a quase irreal situação de:
— Os dragões não vencerem nenhum dos cinco encontros que lhe faltam disputar;
— Que venha a perder, em função dos processos que sobre si impendem, seis pontos;
— Que o Benfica e o Vitória de Guimarães não venham a perder, por sua vez, nenhum dos cinco jogos que lhes falta realizar.

Colocando de parte esses assuntos pendentes para que quem de direito os resolva, debrucemo-nos sobre os restantes lugares que faltam atribuir no presente campeonato, naturalmente mais importantes uns do que outros numa altura em que a matemática entra em jogo equacionando as possibilidades das restantes equipas na escala de valores de mais uma competição nacional do desporto-rei onde um dos seus sectores mais vital, a arbitragem esteve em foco, infelizmente mais pela negativa do que pela positiva, pese embora os seus dirigentes não pensem da mesma maneira, mesmo tendo à sua disposição os meios necessários para averiguarem jornada a jornada os inúmeros atropelos que acontecem às leis do jogo quer na sua vertente técnica quer na disciplinar.
Adiante…

Tendo em conta as pretensões iniciais das duas formações madeirenses presentes no escalão maior do futebol português, quais eram as de alcançarem ambas elas um lugar nas competições europeias na próxima temporada, teremos que admitir que matematicamente tal é possível mas realisticamente somos de opinião que será de todo preferível que quer o Marítimo quer o Nacional acordem e deixem de sonhar com tal possibilidade.
Tudo porque as cinco equipas que estão de momento posicionadas nos cinco primeiros lugares da actual Bwin Liga já não sairão de lá independentemente dos lugares, do segundo ao quinto, em que ficarão no final da temporada. Dessas cinco equipas é a do Vitória de Setúbal aquela que arrecadou menos pontos, num total de 41, e atendendo aos bons resultados que tem vindo a conseguir na presente temporada, dificilmente se deixará ultrapassar por qualquer das equipas que se situam na geral atrás de si, um Belenenses com 36 pontos, mas sujeito a perder 6 pontos por mor da incorrecta inscrição do seu jogador Meyong, um Braga e um Marítimo com 34 pontos cada qual e ainda Nacional e Boavista ambos com 32 pontos.
Acresce que para os verde-rubros e alvi-negros, o que lhes restará agora é a luta pela conquista regional para ver quem fica à frente de quem e aí e embora de momento o Marítimo leve uma vantagem de dois pontos na geral e de ter vencido na Choupana e nos Barreiros na presente temporada, dada a dificuldade dos jogos que lhe falta disputar, não lhe será nada fácil segurar essa preciosa mas escassa vantagem que de momento ostenta.

Empolgante, isso sim, está a luta pelo segundo lugar na Liga, o último dos lugares que dá acesso à entrada directa na Champions e aos seus respectivos milhões.
Há três jornadas a esta parte, o Sporting estava a seis pontos do segundo lugar, agora está a apenas dois, totalizando 43 pontos contra os 45 que têm cada qual o Benfica e o Guimarães, mas o Vitória de Setúbal ainda não atirou a toalha ao chão e poderá com os seus 41 pontos reentrar nesta ”guerra” final.
Ganhando pontos a toda a concorrência, sobretudo na última ronda onde Benfica, Guimarães e Setúbal não foram além de um empate nas suas deslocações ao Bessa, à Mata Real e a Coimbra respectivamente, os leões de Alvalade emergiram das águas onde se encontravam e vêem agora mais intensamente brilhar a luz verde no fundo do túnel, que os poderá conduzir à Liga dos Campeões Europeus da próxima temporada.
Que não restem dúvidas a ninguém que assistiremos a um final de temporada empolgante com uma luta a três por um lugar que dá milhões, com a possível intromissão de um quarto candidato.
É o que de bom ainda sobra de um Campeonato com um campeão já assumido, restando no lado oposto saber-se quem fará companhia à U. Leiria na descido de divisão.

Fala quem sabe e Jorge Coroado, ex-árbitro internacional e actual perito de arbitragem de futebol, acaba de nos dar uma relevante e oportuna dica para justificarmos aquilo que mais tememos neste empolgante campeonato para o 2.º lugar na Bwin Liga actual, a arbitragem.
Disse ele que «as arbitragens tendenciosas vêem-se nos pormenores. Quem as pratica tem conhecimento profissional».
Quem esteve atento às últimas duas jornadas apercebeu-se por certo do coro de lamentações em redor de muitas, mesmo mais do que muitas, arbitragens dos encontros que as compuseram.
Até final do certame, nada nem ninguém nos garante que nada se modificará nesse aspecto porque os árbitros sentem-se com costas largas, protegidos pela própria estrutura que os rege.
Como bem o afirma Jorge Coroado, «as arbitragens tendenciosas vêem-se nos pormenores» e nós acrescentaríamos nos pequenos pormenores, mas isso é evidente que não está ao alcance de todos detectar, basta que atentemos às classificações atribuídas aos árbitros em todos os órgãos de comunicação social da especialidade, pelos trabalhos efectuados nos jogos que dirigem.
Desde o inclinar de campos para determinado lado, passando pelo uso de dois pesos e duas medidas para faltas iguais, quer a nível técnico como disciplinar, de tudo teremos um pouco até final do presente campeonato.
Mas Jorge Coroado acrescenta ainda e referindo-se aos pormenores da arbitragem que «quem os pratica tem conhecimento profissional» e nós acrescentaríamos conhecimentos internacionais dado que nas duas jornadas atrás a que aludimos estiveram na berlinda, entre outros, os árbitros internacionais Pedro Proença, Bruno Paixão e Lucílio Baptista.
Pura coincidência? Talvez…

Para que se evitem males maiores, com as habituais confusões de final de temporada que sempre acontecem no futebol português, será de todo oportuno que o Conselho Jurisdicional da Federação Portuguesa de Futebol decida rapidamente sobre o recurso apresentado pelo Belenenses do castigo que lhe foi imposto pela Liga devido à correcta inscrição do seu jogador Meyong.
Os azuis do Restelo no sexto lugar da geral, último que dá acesso às competições europeias, se vierem a perder os seis pontos por tal irregularidade, serão ultrapassados por quatro equipas e dificilmente reconquistarão depois o lugar que por ora ocupam.
Por outro lado, a Naval da Figueira da Foz recuperará os três pontos perdidos no Restelo no jogo em que Meyong alinhou indevidamente e ficará desde logo a coberto de qualquer dissabor no que concerne a eventual descida de divisão.

Opinião — Gustavo Pires







Entre uma Diplomacia Silenciosa
e uma Diplomacia de Silêncio


Aqueles que seguem, com alguma atenção, o que se tem vindo a passar no Movimento Olímpico já começaram a perceber que o COI tem vindo paulatinamente a modificar a sua tradicional posição institucional quanto às grandes questões políticas, económicas e sociais que abalam o Mundo.

O Presidente da República, Cavaco Silva, declinou o convite para assistir à abertura dos Jogos Olímpicos de Beijing. Não são conhecidas as razões, a não ser as tradicionais dificuldades de agenda, no entanto, o Comité Olímpico de Portugal (COP) emitiu um comunicado onde «esclarece que não existe qualquer relação entre a conjuntura política actual e a ausência do Presidente da República nos Jogos Olímpicos de Pequim» (Público, 20/3/08). O comunicado subvaloriza a capacidade de análise dos problemas de Cavaco Silva, desde logo porque há muito que se sabe que as coisas com a China no que diz respeito ao Darfur, ao Tibete e aos Direitos Humanos não vão bem e estas questões irão muito provavelmente perturbar a organização dos Jogos Olímpicos. Tendo em conta o que aconteceu com Jorge Sampaio em Atenas, Cavaco Silva faz muito bem em não se querer misturar na confusão que certamente vão ser os Jogos de Beijing.
O comunicado do COP, que pretende explicar a atitude do Presidente da República, vem na sequência do nervosismo que os dirigentes dos Comités Olímpicos Nacionais (CON) por esse mundo fora estão a revelar no que diz respeito aos problemas políticos e sociais que envolvem os Jogos de Beijing. Este nervosismo revela bem a completa ausência de sentido de realidade em que têm vivido, no que diz respeito àquilo que hoje verdadeiramente representa o Olimpismo e o desporto. E a posição dos presidentes dos CON é tanto mais patética quanto contrasta com a posição do Comité Olímpico Internacional (COI), que através do seu Presidente, Jacques Rogge, há muito que estabeleceu as regras do jogo. De facto, aquando da atribuição da organização dos Jogos da XXIX Olimpíada a Beijing, numa entrevista à BBC (25/4/02), Jacques Rogge fez questão de afirmar que tinha deixado ficar claro aos chineses que «esperava que o padrão de direitos humanos melhorasse, sob pena do COI ter de, sobre o assunto, tomar uma decisão». É evidente que ninguém estava ou está à espera que Jacques Rogge tome qualquer decisão espectacular, no entanto, o que já é possível verificar é uma atitude completamente diferente do COI relativamente ao passado. E parece que os presidentes dos CON ainda não deram por isso.
Aqueles que seguem, com alguma atenção, o que se tem vindo a passar no Movimento Olímpico já começaram a perceber que o COI tem vindo paulatinamente a modificar a sua tradicional posição institucional quanto às grandes questões políticas, económicas e sociais que abalam o Mundo. Duma posição de recusa em tomar parte, passou para uma posição de condescendência para, agora, assumir uma outra muito mais positiva que pode ser classificada como catalítica.
Num comunicado emitido na véspera da cerimónia do atear da Chama Olímpica, Jacques Rogge, perante o espanto de um certo Olimpismo a viver à margem das realidades do mundo, afirmou ser a cerimónia do acender da Tocha Olímpica um momento propício à reflexão acerca da missão do COI. Depois, durante a cerimónia em Olímpia, o presidente do COI sem alvoroços e sem quaisquer dramas mostrou-se empenhado numa “diplomacia silenciosa”, no sentido de obrigar o regime de Beijing a não mudar porque não seria realista pretender que a China por motivos desportivos mude a sua política de um dia para o outro, mas a ir mudando a sua atitude quanto à questão do Darfur e do Tibet, bem como aos Direitos Humanos. Mas Jacques Rogge afirmou também que «o COI é uma organização desportiva que não pode fazer mais do que juntar-se aos líderes mundiais num apelo para que seja encontrada uma solução pacífica para o problema». Ora, esta posição do COI representa uma mudança radical relativamente ao passado dominado por uma “diplomacia do silêncio” preconizada pelo antigo presidente do COI, Avery Brundage (1887-1975), quando dizia: «se aceitamos que, num mundo imperfeito como o nosso, se deixe de praticar desporto, cada vez que as leis humanas são violadas, nunca haverá competições internacionais.»
Infelizmente, os nossos dirigentes ainda estão numa “diplomacia de silêncio” quando afirmam, como o fez o Presidente do Comité Olímpico de Portugal, que «se [os atletas] não quiserem, podem não ir, mas se vão aceitam as regras da Carta Olímpica» (Público 14/2/08). Uma proclamação deste tipo significa para qualquer bom entendedor que, se os atletas quiserem ir devem estar calados. Por outro lado, quando o Chefe da Missão portuguesa afirma «nós somos desportistas, cumprimos a carta olímpica e deixamos a política para os políticos», também está a honrar uma “diplomacia de silêncio” que, no fundo, transforma os atletas em “bestas esplêndidas”. Gostaríamos de saber o que é que a este respeito pensa a “Comissão de Atletas Olímpicos”. Revê-se na posição do Chefe de Missão? Em nossa opinião, os atletas não são, nem em quaisquer circunstâncias podem ser tidos como “alienados sociais” que deixam a política para os políticos. Estes senhores deviam estar mais atentos ao que se está a passar em termos do Movimento Olímpico. Por exemplo, Jacques Rogge, ao dirigir-se a 205 Comités Olímpicos Nacionais numa reunião realizada em Beijing (Notícias do COI, 10/4/08) afirmou que «a capacidade de alguém expressar a sua opinião é um direito humano básico e como tal não necessita de ter uma cláusula específica na Carta Olímpica porque está lá implicitamente». Jacques Rogge está, de facto, a provocar uma reviravolta no Movimento Olímpico. E disse mais: «A aplicação deste regulamento [a Carta] está no domínio do senso comum.»
Assim, os nossos dirigentes deviam dar mais atenção àquilo que o Presidente do COI tem para lhes dizer. Porque, se lhe derem um pouco de atenção, compreenderiam que, em vez de andarem preocupados com os atletas que eventualmente até poderão quer exprimir a sua opinião, deviam era estar preocupados com aqueles que, por razões que serão só suas e com as quais ninguém tem nada a ver, desejam usufruir do direito de não emitirem qualquer opinião. Até porque a este respeito Jacques Rogge também foi claro: «Se os atletas genuinamente desejarem expressar as suas opiniões, tudo bem. Mas não nos esqueçamos que também existe um direito de não expressar opinião. Os atletas não devem sentir qualquer obrigação moral de terem de falar.»
É com este tipo de assuntos, que visam fundamentalmente defender os interesses dos atletas, que os nossos dirigentes deviam andar preocupados. Será que entre tantas viagens eles ainda têm tempo?

Opinião — Vinhais Guedes






Jogos Olímpicos e não só

Há cerca de dois meses, escrevi neste semanário que os Jogos Olímpicos de Pequim corriam alguns riscos. Contudo, a sua realização nunca estaria em causa dada a dimensão dos interesses envolvidos. Admitia, como tem vindo a acontecer ao longo da história dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, que viessem a ocorrer alguns contratempos de carácter político e de direitos humanos, podendo ensombrar o brilho que a RP da China lhes iria emprestar.
O problema do Tibete foi por mim referido como oportunidade para que os seus habitantes aproveitassem o peso de um evento único, para se manifestarem contra a ocupação do seu território.
Enganei-me só no “timing” e na dimensão deste problema. Sempre pensei que o Tibete e os seus cidadãos tomariam iniciativas para mostrar ao mundo os direitos que lhe são negados, reduzidos à condição de cidadãos de segunda classe, isto dentro do seu próprio país, sem direitos e perseguidos na sua “própria casa”.
Enganei-me também quanto à dimensão e impacto das acções que têm levado a efeito os monges. Não foi tanto a população que aproveitou a oportunidade, mas os monges tibetanos que ali residem. Quando entra a religião nestas coisas, e muito embora o seu líder supremo emigrado na Índia, Dalai Lama, seja um líder espiritual pacifista, os seus seguidores residentes em Lhassa, capital do Tibete, mostraram-se impacientes com as posições conciliadoras do seu líder e enfrentaram directamente a autoridade chinesa que ali mantém a ordem, reprimindo toda e qualquer manifestação pró-independência daquele território.
O Dalai Lama tem reclamado de forma pacífica e simples à RP da China um estatuto especial para o Tibete por forma a que a cultura e tradições deste antigo país permaneçam inalteráveis. Um tipo de estatuto idêntico ao que vigora em Macau e Hong-Kong (regiões especiais).
O Líder espiritual do Tibete nunca defendeu o boicote aos Jogos Olímpicos de Pequim, argumentando que este grande evento pode vir a sensibilizar a opinião pública mundial para a forma como vivem os Tibetanos no seu próprio país.
A reacção dos monges tibetanos ao enfrentarem o exército chinês, pondo em causa a própria vida, teve um grande impacto internacional causando uma verdadeira surpresa e uma pedra no sapato dos políticos chineses.
Neste momento existe já um movimento constituído pela França, Inglaterra, Polónia, República Checa e Eslovénia que defende um boicote às cerimónias oficiais de abertura destes jogos.
A tudo isto a RP da China responde tratar-se de um problema de ordem interna não admitindo pressões e críticas vindas do exterior.
Muitos destes acontecimentos apanharam-me, por coincidência, numa visita que fiz ao Sul da China, a Hong-Kong e a Macau. Em nenhuma destas regiões especiais foi dada grande importância ao caso do Tibete e às notícias veiculadas no Ocidente e nos Estados Unidos. Contudo em Macau a imprensa Portuguesa noticiou os factos ocorridos sem tecer grandes comentários, mas a CNN e a ABC News deram grande destaque a este tema.
Entretanto, a vida nestas regiões administrativas especiais não pára de crescer. Macau conta já com 24 casinos em permanente actividade e mais quatro para inaugurar brevemente batendo todas as receitas na chamada indústria do lazer – jogos de sorte e azar – conseguindo ultrapassar todos os recordes e colocando-se à frente dos casinos de Las Vegas nos EUA!
A parte história desta cidade continua intacta e bem cuidada com a calçada à portuguesa a servir de tapete nas zonas históricas e respectivos passeios. As ruínas de S. Paulo continuam a ser o ex-libris da antiga colónia portuguesa. Aos fins-de-semana torna-se quase impossível andar nesses locais, tamanha é a invasão de cidadãos chineses que visitam Macau. Os locais atrás referidos são o cenário preferido para tirar milhares de fotografias.
As poucas centenas de portugueses que por lá trabalham, na aérea do direito, na arquitectura e alguns, poucos, na própria administração de Macau, vão dignificando com o seu trabalho e competência o nome de Portugal. Por outro lado, e como era de esperar, a língua portuguesa está hoje reduzida a muito poucos milhares de pessoas, numa população que ultrapassa o meio milhão.
Em devido tempo defendi que deveríamos apostar não na língua portuguesa que nesta zona do mundo de nada serve, mas sim no “Made in Portugal”. Alguns chamaram-me pessimista, mas actualmente e para desgosto de muitos a realidade está à vista.
Relativamente aos Jogos Olímpicos de Pequim e aos efeitos e repercussões que poderão vir a provocar, na política interna da RP China, só o tempo o dirá.
Assim, neste ano que termina em oito, no mês oito, no dia oito e às oito horas da manhã, número da sorte para os chineses, a grande tenda do Desporto Olímpico Mundial abrirá com as cerimónias habituais.