sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Opinião — JM Silva






José Manuel Silva


"Não há bela(o) sem senão"


Brilhante escritor, reconhecido romancista e não menos brilhante e reconhecido analista-comentador televisivo onde aborda os mais variados temas com rara visão e conhecimento, mas que sempre que tem uma incursão pelo futebol onde está em causa o seu FCP, pouco ou nada tem de brilhante…

Referimo-nos a Miguel Sousa Tavares, colunista de A Bola onde regularmente assina artigos de opinião.
Não é de agora mas de há muito que constatámos que este conceituado Homem de Letras e brilhante comentarista ou analista, conforme preferirem, sempre que tem qualquer incursão pelo tema futebol e que esteja em causa o seu FC Porto não consegue esconder a cor dos seus olhos — um azul, outro branco — cometendo por vezes grosserias que chocam claramente com todo o resto que, repetimos, aborda com rara visão e conhecimento.
Será caso para dizer-se que se transforma num "Belo mas com senão" que ao fim e ao cabo confirma o título deste apontamento.
A sua recente abordagem, cheia de imprecisões, ao recente encontro realizado no Estádio dos Barreiros onde o seu FCP venceu o Marítimo por três tentos sem resposta em nada abona quem as comete, pois se revelam grosseiras mentiras, e, se não nos compete agir em conformidade nalgumas instâncias, compete-nos, por dever do respeito que nos merece a verdade, repor essa mesma verdade, que nada, mas mesmo nada tem a ver com a prosa estampada n’A Bola por MST.

Estamos à partida e não temos pejo algum em reconhecê-lo, em clara vantagem sobre MST pelo facto de termos assistido ao vivo a esse encontro, em local privilegiado para termos uma visão global de todo o terreno de jogo, contrariamente a ele que não esteve nessa noite no Estádio dos Barreiros.
Antes de entrarmos propriamente nas ocorrências do jogo em si, e sem que o professor Sebastião Lazaroni nos tenha passado qualquer procuração para o efeito, perguntamos a MST o que tem a ver o facto de, algures, o actual técnico verde-rubro ter treinado a Selecção do Brasil e exercer agora a sua profissão num clube do meio da tabela da Bwin Liga?
O trabalho dignifica o homem e todo aquele que o desempenha honestamente, seja na sua terra ou fora dela, independentemente da sua entidade patronal ser uma fábrica de renome ou estabelecimento comercial de grande fama, ou ainda um clube de maior ou menor prestígio, entre muitíssimos outros, deve ser merecedor de todo o nosso respeito.
Sentir-se-ia MST diminuído se, por exemplo, a sua actividade de comentarista na TVI se processasse na RTP Madeira e se os seus artigos de opinião em A Bola dessem estampa aqui neste nosso Semanário Desportivo?
É óbvio que em termos de audiência não teria tanta expressão o que não retiraria contudo o alcance dos seus comentários e dos seus escritos, só os parvos ousariam assim pensar…
E porque de parvos nada temos, graças a Deus, percebemos claramente aquilo que nas entrelinhas MST pretendeu fazer crer sobre o prof. Sebastião Lazaroni que se refugiava nas más arbitragens para desculpar as derrotas do clube que orienta, quando olhando por esse prisma existem muitos mais técnicos neste País que usam e abusam dessa desculpa e, obviamente, nesse vasto lote incluímos em lugares de topo o técnico principal do seu FCP.
Nem aí conseguiu MST os seus objectivos, pois que contar-se-á pelos dedos de uma só mão o número de treinadores que como Lazaroni têm a hombridade de assumir as derrotas reconhecendo o mérito dos seus adversários, não se eximindo contudo de criticar as más arbitragens quando elas acontecem.
Falemos do jogo, daquele que nós vimos e que nada teve a ver com aquele que MST “pintou” com tons azulados e brancos bem à imagem dos seus olhos…
E aquilo que vimos foi um Marítimo a iniciar o jogo deliberadamente ao ataque, criando sucessiva oportunidades de golo não convertidas por mero acaso, perante um FC Porto incapaz de penetrar na grande área verde-rubra, de tal modo que apenas aos 35 minutos e por intermédio dum seu defesa, Fucile, executou o seu primeiro remate às redes de Marcos, repetindo o mesmo lance em tempo de compensação antes do intervalo remate, que contra a corrente do jogo, dava imerecida vantagem aos portistas, ademais executado por Lisandro que nessa altura já não deveria estar no jogo por ter anteriormente agredido claramente Mossoró sem a devida punição.
Quando tal aconteceu e como que movidos por gigantesca mola invisível todos os elementos do “banco” dos dragões foram projectados para dentro das quatro linhas do rectângulo de jogo naturalmente, não para solicitar a Pedro Henriques, o militar-árbitro que dirigia o jogo, que expulsasse o seu atleta, que continuou em jogo, tendo na oportunidade exibido a cartolina amarela a dois atletas, um de cada lado, que nada tiveram a ver com a agressão de Lisandro a Mossoró.
Saberá MST como deverá o árbitro proceder sempre que qualquer elemento deste ou daquele “banco”, jogador ou não, entra no rectângulo de jogo sem autorização para o fazer, e se em vez de forem dois e aí por diante até que um “banco” fique totalmente “limpo”?
Admitimos que MST não o saiba, mas por outro lado o mesmo não admitimos a Pedro Henriques que pura e simplesmente ignorou o acontecido, punindo ainda por cima dois inocentes…
Resumindo aquilo que foram os primeiros 45 minutos, tivemos que o Marítimo executou sete remates às redes de Helton, tendo em contrapartida os portistas executado dois, o último dos quais em tempo de compensação.
Que teve tudo isto a ver com aquilo que MST escamoteou com tanta inverdade no seu escrito?
Mas há mais…

Escreveu também MST que o árbitro perdoou ao Marítimo uma grande penalidade ainda na primeira parte por derrube de Bruno ao ponta-de-lança Farias.
Nós também vimos esse derrube, só que vimos também a causa que o motivou, qual foi a dum evidente valente empurrão de Raul Meireles ao “capitão” verde-rubro que o projectou sobre o avançado portista. Se MST solicitar aos seus colegas da TVI que lhe mostrem o lance na sua totalidade e não apenas naquilo que lhe convém, por certo ficará esclarecido, mas se não o ficar, problema seu…
Já na segunda metade do jogo e antes da expulsão injusta de Djalma que virou a sorte do jogo, Pedro Henriques voltou a ignorar uma nova agressão a pontapé e sem bola de Quaresma a este mesmo atleta do Marítimo, que não sabemos porque cargas d’água MST diz que deveria ter sido expulso (?) mais cedo.
Já com apenas 10 jogadores em campo aconteceu o 0-2 para os dragões, numa jogada onde segundo MST o árbitro voltou a errar pois em seu entender ele deveria ter assinalado o castigo máximo em vez de dar a lei de vantagem.
Nova atoarda pois até aqui o Marítimo terá (dizemos terá) sido prejudicado neste lance pois não seria a primeira nem a última vez que qualquer jogador falharia a conversão em golo de semelhante castigo. Até neste lance em que o árbitro esteve bem, porque estaria sempre a tempo de assinalar o castigo máximo caso o lance não acabasse em golo, MST meteu água…
Somente a partir da expulsão de Djalma, repetimos injusta dado o primeiro “amarelo” que lhe foi errada e indevidamente apresentado, é que a história do jogo se modificou, mas aí todo o mal já estava feito e restava então ao Marítimo curvar-se ao domínio mais do que normal de um adversário que apenas e só em superioridade numérica lhe conseguiu ser superior.
Esta é a verdade nua e crua da história do último Marítimo-Porto. Haja quem atire a primeira pedra…

PS: Até que ponto terá funcionado a pressão exercida sobre o militar-árbitro Pedro Henriques por alguém que lhe avivou várias vezes a memória sobre certo penalty não assinalado a favor do FCP em anterior jogo recentemente jogado na Madeira com outro adversário que não o Marítimo?
Sabe MST quem será esse alguém?
Uma coisa lhe garantimos desde já: não foi por certo o professor Sebastião Lazaroni…

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