sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Opinião — JM Silva







José Manuel Silva


Pseudónimos

São os nomes utilizados por aqueles que subscrevem as suas obras com um nome que não lhes pertence; nome falso ou suposto adoptado por um autor, por um artista, por um jornalista, etc. Mas há quem os utilize pela falta de coragem em dar a cara…

Usualmente e por motivos vários, todo aquele que subscreve as suas obras com um nome que lhe pertencem usa em sua substituição um pseudónimo.
Ao fim e ao cabo é um nome falso ou suposto adoptado por certos autores, por certos artistas, por certos jornalistas, etc.
Casos existem em que podemos estar de acordo com a utilização desses pseudónimos, contudo sabemos que uma grande percentagem deles servem para esconder uma evidente falta de coragem para assumir a autoria de determinados trabalhos, sobretudo escritos que visam terceiros, para que possam, impunemente, fazer prevalecer ideias, atacando por um lado, relevando por outro, consoante os interesses em jogo.
No jornalismo existe muito essa autêntica fuga em dar a cara, o que consideramos pura cobardia, muito embora saibamos que todo aquele que não assina com o seu nome os seus trabalhos possua na entidade a que serve uma ficha com todos os seus dados pessoais, aqueles que constam do seu BI e outros, ao fim e ao cabo notas ou observações escritas, quase sempre de carácter oficial, e que em caso de necessidade podem ser consultados.
Equivale tudo isto dizer-se que todos quantos assinam com pseudónimo sabem perfeitamente ao que estão sujeitos em caso de produzirem-se inverdades, mas como sabem movimentar-se em redor das verdades e meias-verdades que mais lhes convém, acabam por produzir-se trabalhos tendenciosos e consequentemente desonestos, mais gravosos contudo quando feitos por encomenda.
É isso que repudiamos…

Figuras gradas da nossa Sociedade que se destacaram em diferentes áreas foram, muitas delas a título póstumo, homenageadas por quem de direito, figurando os seus nomes nas mais variadas instituições como hospitais, museus, bibliotecas, recintos desportivos e bem assim em nomes de ruas, avenidas, praças, etc.
A grande percentagem de todas essas homenagens perdurarão para todo o sempre, já que outras existiram que foram destituídas como o testemunham a ex-Ponte Salazar, sobre o Rio Tejo, o Estádio Prof. Marcelo Caetano, o campo do Liceu de Jaime Moniz, entre outros mais.
Mas quantas dessas figuras homenageadas levaram consigo para a cova segredos que a serem desvendados, fariam corar de vergonha os proponentes de tais homenagens!
Foi-nos dado conhecer, algures, uma dessas figuras que apesar de ter vivido quase sempre num espaço territorial restrito, qual clausura um tanto alargada, deixou mesmo assim obra feita, sendo mesmo apontada como exemplo de rectidão para os vindouros de tal modo que após a sua morte o seu nome foi dado a uma importante infra-estrutura da Região.
Em vida nunca teve a hombridade de revelar os nomes do verdadeiro naipe de colaboradores anónimos que lhe forneciam religiosamente todos os dados da história que escreveu, porque sem eles e dada a sua clausura tal seria inviável e tampouco revelou alguma vez ter sido colaborador assíduo de determinado matutino regional onde usou um pseudónimo, dele se servindo para melhor levar a água ao seu moinho, seu e dos seus, com as tais verdades e meias-verdades que com rara mestria utilizou par alcançar os seus fins.
Contudo… Paz à sua alma.

Antes de nos termos reformado, conhecemos alguns dos que nos rodeavam e faziam parte da mesma equipa de repórteres desportivos que à falta de coragem de darem a cara, assinavam os artigos que alinhavam com pseudónimos.
À época existia na Região um determinado treinador continental ao serviço dum clube local cujo trabalho era fortemente contestado por um desses “corajosos” que assinava seus artigos com nome falso.
Durante toda a nossa vida sempre assinámos com o nosso próprio nome todos os escritos e muito naturalmente quando produzíamos qualquer trabalho que envolvesse esse técnico jamais lhe pedíamos licença para exprimirmos as nossas opiniões e nunca soubemos ao certo porque cargas de água ele estava convicto de sermos autores dessas missivas assinadas com nome falso.
Era pública a sua animosidade para connosco mas nunca lhe demos quaisquer explicações para as suas dúvidas, pese embora alguma ameaças veladas desse senhor. Até quando um dia o homem descobriu quem se escondia por detrás dum pseudónimo para desancá-lo com ou sem razão, passou-se por completo, até porque já lhe pagara algumas almoçaradas (!) e deu-lhe um enxerto de porrada tal que nenhum pseudónimo lhe valeu.
Posteriormente teve um rebate de consciência e pediu-nos desculpas pela sua desconfiança, soube enfim dar a mão à palmatória.

Pelas passagens que aqui deixámos e por muitas outras mais que ao longo dos anos tivemos oportunidade de testemunhar, somos frontalmente contra aqueles que não assumem os seus actos e se escondem por detrás de nomes falsos para consumarem aquilo que pretendem mesmo sabendo que pelo caminho atropelaram alguém.
De igual modo nos revoltamos contra aqueles “leitores devidamente identificados”, uns e outros apenas uns cobardolas para quem o melhor antídoto para curar a sua “doença” seria porventura aquele que usou o tal treinador para “curar” o seu detractor já que se revelou de uma eficácia tal que este jamais ousou assinar o que quer que fosse com qualquer nome falso.
Para grandes males grandes remédios e embora não sejamos adeptos do olho-por-olho dente-por-dente, temos que reconhecer que algumas vezes poderá tornar-se uma medida bem mais eficaz do que o ter-se que apresentar regularmente numa qualquer esquadra da PSP mais próxima…

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